Literatura
A escritora inglesa Zadie Smith

Macroplanejadores e microgerentes

Martha Batalha

09.01.18

Escrever às cegas, seguir um planejamento prévio ou se equilibrar entre esses dois extremos? Existe uma resposta certa, um caminho ideal para garantir o fluxo de produção? Martha Batalha aborda um dos maiores dilemas da escrita criativa.

Cony por inteiro

Guilherme Freitas

06.01.18

Em 25 de outubro de 2001, Carlos Heitor Cony recebeu uma equipe do IMS para uma longa entrevista. A conversa foi publicada na edição dos Cadernos de Literatura Brasileira dedicada ao autor, lançada no fim daquele ano. Em homenagem a Cony, morto no dia 5 de janeiro de 2018, aos 91 anos, o IMS coloca à disposição dos leitores, em formato digital, a íntegra do caderno, que traz ainda estudos sobre sua obra, depoimentos de amigos e trechos de livros.

O valor do riso

Camila von Holdefer

26.10.17

Nem sempre é fácil empregar o humor como ferramenta da militância feminista. Fazer rir, e rir de si mesma, tomar para si toda a dimensão do riso, é botar as coisas em seus devidos lugares e as mudanças em marcha. Que alguns homens não vejam graça nenhuma nisso não é problema nosso.

Aos literatos, a literatura

Paulo Roberto Pires

05.10.17

Kazuo Ishiguro traz ao arraial mundial das letras um período de bonança. Depois de ter emendado Svetlana Alexiévitch (jornalista!) com, heresia máxima, Bob Dylan (compositor!), a Academia Sueca restitui o Nobel de Literatura a quem de direito, um escritor “de verdade”. Ufa. Um escritor simpático, hábil, convencional e de bons modos. Está selada a Pax Literária.

Lima Crispim, João Barreto

Bolívar Torres

05.09.17

Enquanto o mercado recebe várias publicações sobre Lima Barreto, o primeiro livro a colocar o autor como protagonista segue fora de catálogo. Editado em 1922, História de João Crispim, um roman à clef, é uma preciosidade esquecida e abandonada da nossa literatura, que Wilson Martins chamou de “o único retrato verdadeiramente vivo de Lima Barreto”. Por que essa importante peça do quebra-cabeças Lima Barreto continua tão esquecida, mesmo no ano da volta triunfal do escritor?

Ainda está pouco

Carla Rodrigues

24.07.17

A escritora Conceição Evaristo estará diante de imensos dilemas em Paraty. A autora de Becos da memória encara o impasse enfrentado pelas lutas identitárias: ser reconhecida como uma grande escritora negra, e com isso ficar confinada à marcação de negritude, ou ser recebida como uma grande escritora, e com isso enfraquecer sua posição de mulher negra.

Contar uma boa história

Camila von Holdefer

29.05.17

Nada no clamor para que autores voltem a “contar uma boa história” faz sentido. Mesmo a literatura comercial, ainda que sem qualquer engenho e de forma torta e tênue, diz algo sobre si mesma. Quando autores dispostos a experimentar com a literatura de gênero deslocam o foco da resolução para a investigação, não raro o resultado é instigante.  Quase todas as experiências revelam a relação complexa, mas estreita, entre investigação e signos, linguagem, literatura.

A ruína da mente adolescente

Victor Heringer

22.05.17

Se nos fosse dado escolher um autor como farol da imaturidade, um olho mal-humorado fixo nesta terra de memes e videoclipes tumultuados por bundas e carros possantes, Witold Gombrowicz seria o mais apropriado. Sua ficção lida como nenhuma outra com a transição entre a criança e o adulto, e com as cicatrizes que ela pode deixar no corpo envelhecido. O último filme de Andrzej Żuławski foi uma adaptação de Cosmos, romance de 1965, o último que Gombrowicz escreveu. Żuławski lançou o filme em 2015 e morreu em 2016; Gombrowicz, em 1969. Poderíamos tentar ler um significado nessa coincidência de fins de linha, mas é melhor não.

Antonio Candido em 1982

Antonio Candido (1918-2017)

Equipe IMS

12.05.17

Antonio Candido foi, segundo Paulo Roberto Pires, “o mais elegante dos transgressores. Encarnou um Brasil que hoje, no momento de sua morte, é empurrado para o obscurantismo e o conservadorismo”. Leia também nota de Elvia Bezerra lembrando dois breves encontros com o crítico literário, que entre 1992 e 2008 foi Conselheiro do Instituto Moreira Salles. Ainda neste post, artigo, carta e vídeo de Candido, que morreu na madrugada do dia 12 de maio, aos 98 anos.

Eduardo Portella inédito

Equipe IMS

05.05.17

A vida pública de Eduardo Portella (1932-2017) eclipsou o fino intelectual que ele foi. Em tudo e por tudo, era excelente conversa, como se confirma nestes trechos de um depoimento inédito ao IMS, conduzido em 2014 por Beatriz Resende, Alberto Pucheu e Paulo Roberto Pires.