Rafael Cardoso

Sobre as ruínas do museu

Rafael Cardoso

12.12.18

Muito ao contrário de aquilatar certezas, os melhores museus hoje cortejam ativamente o questionamento e a contestação. Antes queridos dos mais tradicionalistas, viraram alvo de fúrias conservadoras. Se o mofo foi espanado no plano das ideias, o mesmo não pode ser dito sobre a realidade cotidiana dos museus no Brasil. Com honrosas exceções, continuamos a nos debater com poeira, cupins, goteiras, roubos e incêndios.

No acaso, no acidente, no aleatório

Kelvin Falcão Klein

02.10.18

Marcel Duchamp morreu há exatos cinquenta anos. Sua investida irônica contra a seriedade da arte foi fundamental para a arte contemporânea, e seu epitáfio espelha a ressonância de suas ideias anárquicas até hoje: “ademais, são sempre os outros que morrem".

A reprodução da gritaria

Camila von Holdefer

26.09.18

Com ou sem censura, a discussão que se formou em torno da figura e da obra de Robert Mapplethorpe com a polêmica no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, ao mesmo tempo em que diz algo sobre o presente, faz emergir um episódio do passado. Continuamos a explorar e a mobilizar o pânico e o moralismo, buscando brechas na educação e fissuras na tolerância para dizer o que a arte deve ou pode representar, e de que maneira, e para quem.

Escrita, nomadismo e queer

Mariana Lage

25.09.17

Em Argonautas, Maggie Nelson (foto) trabalha com o indizível da experiência e o avesso das palavras. A escrita, apesar de ferramenta para demarcar ou evidenciar o nomadismo, será sempre insuficiente diante da movência do que existe. As palavras se movem, os sentidos se alteram, as peles, os gêneros e os sexos se desdobram de um jeito particular, inaudito.

Atividade organizada

Camila von Holdefer

31.07.17

Publicado no segundo semestre de 2015, Strange Tools é o livro mais irregular de Alva Noë. Se falha em apresentar um texto mais rigoroso, porém, a provocação que oferece é bem-vinda. Quando Noë pensa de forma um tanto tortuosa, ainda assim pensa melhor do que a maioria. Em poucas páginas, partindo da natureza humana, o filósofo norte-americano procura explicar a arte e os mecanismos pelos quais ela se transforma continuamente.

Por que o leão ruge

Barbara Rangel

05.09.16

Em setembro de 2015, durante a visita de Anri Sala ao IMS-RJ em preparação da exposição Anri Sala: o momento presente, foi proposto ao artista que escolhesse um conjunto de quatro filmes, uma carta branca para que ele indicasse obras e cineastas de sua preferência como uma espécie de complemento à exposição. Diante do convite, Sala fez uma contraproposta: ao invés de listar suas influências, sugeriu que fossem exibidos alguns filmes que fizeram parte de seu trabalho Why the lion roars (em português: Por que o leão ruge).

Margem de imprecisão

Bernardo Carvalho

17.08.16

Toda a obra de Velázquez é, como mostra Ortega y Gasset, um movimento discreto no qual a pintura deixa de ser representação da beleza para "se fazer substância", para se apresentar afinal como pintura ("pintura enquanto pintura"), condição da modernidade. Esse comedimento reflexivo, entretanto, se tornou estranho entre nós. Quem entende o valor da discrição hoje?

Anri Sala no Rio

Equipe IMS

04.09.15

Nesta semana o artista albanês Anri Sala, que terá uma exposição no Instituto Moreira Salles em 2016, esteve no Rio de Janeiro. Conhecido mundialmente pelo trabalho com múltiplas mídias, o artista ministrou um workshop, fez visitas técnicas e participou de um debate.

Briony Fer sobre Tacita Dean

Equipe IMS

17.12.13

A crítica inglesa Briony Fer, historiadora da arte e professora no University College London, visitou neste mês a exposição Tacita Dean: a medida das coisas no IMS-RJ e falou com Laura Liuzzi sobre as particularidades do trabalho da artista britânica.