José Geraldo Couto

A barbárie à espreita

José Geraldo Couto

01.10.18

Esta semana, José Geraldo Couto destaca Uma noite de 12 anos, de Álvaro Brechner, um acerto de contas com o período da ditadura militar no Uruguai, a mostra do ucraniano Sergei Loznitsa no IMS, com doze filmes e duas master classes, e a estreia no circuito comercial de A moça do calendário, de Helena Ignez.

O cinema no olho do furacão

José Geraldo Couto

17.09.18

Mais antigo do país, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é desde suas origens o mais imbricado com as vicissitudes políticas nacionais. No ambiente inflamável atual, é complicado discernir política e arte, cinema e ação política. Dentre os destaques dos primeiros dias desta  51ª edição estão Torre das donzelas, de Susanna Lira, Domingo, de Clara Linhart e Fellipe Barbosa, e Los Silencios, de Beatriz Seigner.

2018 e suas memórias

Carla Rodrigues

16.05.18

Recebi um convite para uma reunião da turma da escola, 40 anos de conclusão do segundo grau. Penso nesses 40 anos quando vejo em torno de mim todas as homenagens aos 50 anos de Maio de 1968, seu espírito revolucionário, suas promessas de futuro que ainda estão aí, ora nos assombrando como fantasmas, ora nos animando a ir às ruas de novo e mais uma vez. Há debates, livros, seminários, e há sobretudo o fato de que, se na França ou na Alemanha 1968 é um marco em direção a um novo futuro, no Brasil é o ano do assassinato, pela polícia, do estudante Edson Luís, da Passeata dos Cem Mil e da decretação do AI-5.

Tupinilândia

Samir Machado de Machado

28.03.18

Tupinilândia é um pouco sobre uma infância que parece colorida e divertida quando vista em retrospecto, exceto que o país era uma ditadura, a violência urbana era tão ou mais forte que a atual, AIDS era uma palavra proibida e a economia ia tão mal quanto o casamento dos meus pais.

Um estado que já nasceu doente

Carla Rodrigues

19.04.17

riado em 1975 a partir da fusão entre o estado da Guanabara e o antigo estado do Rio de Janeiro – marcado por uma oligarquia rural então decadente –, o estado do Rio de Janeiro tal qual o conhecemos hoje é herdeiro direto da corte imperial, de seus descalabros e excessos, que assolam os cofres públicos até hoje. Próteses são definidas como dispositivos implantados no corpo para restaurar uma função comprometida. Na triste história da derrocada do estado do Rio de Janeiro, parece que as próteses usadas até aqui foram de todo inúteis.

Boal e o “milagre brasileiro”

Equipe IMS

31.05.16

O Brasil não era politicamente menos dramático que hoje naquele 25/4/84 em que Fernanda Montenegro escreveu ao amigo Augusto Boal no exílio. Entre euforia com a expectativa da votação e decepção com a derrota da emenda das Diretas Já no Congresso, a carta termina com a perplexidade atemporal de todo brasileiro: “Não sabemos o que vai acontecer.” Nunca sabemos. Trinta e dois anos após a agonia daquela noite sem final feliz, a atriz leu cópia de sua carta original em vídeo produzido para a exposição Meus caros amigos – Augusto Boal – Cartas do exílio.

Até que enfim não vai ter Copa

Carla Rodrigues

11.06.14

Com #nãovaitercopa, a história que nos impuseram na memória sobre a Copa de 1970 pode enfim começar a ser desconstruída. Se naquela época a exceção era política, hoje ela é econômica, promovida pela Fifa e ditada pelos interesses do capitalismo global, que estabelecem as novas regras do silêncio.