José Geraldo Couto

Irmã das coisas fugidias

José Geraldo Couto

26.01.18

O cinema, entre muitas outras coisas, é uma arte do encontro. A prova definitiva disso, se é que faltava uma, é o adorável documentário Visages villages, de Agnès Varda e JR, em cartaz no IMS Paulista e no IMS Rio. Não só pela parceria improvável de seus realizadores e protagonistas – uma cineasta de quase 90 anos e um fotógrafo e muralista de 34 –, mas também por seu tema e seu método de construção.

A serra e o pampa

José Geraldo Couto

04.08.17

Entram em cartaz dois bons filmes brasileiros, ambos filmados no Rio Grande do Sul, mas contrastantes em tudo mais. Um deles, O filme da minha vida, de Selton Mello, tem potencial para atingir um grande público. O outro, Rifle, de Davi Pretto, é um projeto comercialmente mais modesto, mas não menos ambicioso na estética e no alcance sociopolítico.

O cinema canibal de John Carpenter

José Geraldo Couto

05.10.12

Carpenter é, antes de tudo, um cineasta visceralmente americano. Sua arte se dá no cruzamento do cinema da era dos estúdios com a cultura pop e o espírito iconoclasta dos anos 60. Sua cabeça foi feita, com igual intensidade, pelos filmes de Hawks e Ford, pelo rock, pelas histórias em quadrinhos e pelos movimentos libertários dos sixties.

Xingu, utopia e tragédia

José Geraldo Couto

13.04.12

"Tem alguma coisa neles que morre para sempre assim que a gente encosta", diz Cláudio Villas Bôas (João Miguel) a certa altura de Xingu, referindo-se aos índios de um modo geral. Essa constatação está no centro do belo filme de Cao Hamburger. É o que lhe dá sentido, convertendo em tragédia o que poderia, nas mãos de um cineasta menos íntegro, ser filmado como um épico.