José Geraldo Couto

2016, entre sinistro e sublime

José Geraldo Couto

30.12.16

Num ano de grandes traumas no Brasil e no mundo, o cinema, se não serviu para consertar nada, ao menos nos ajudou a manter aguçados o olhar e a sensibilidade. Atendo-nos aos títulos lançados no circuito comercial, alguns veteranos fundamentais (Bellocchio, Verhoeven, Almodóvar, Clint Eastwood, Woody Allen) marcaram presença, ao lado de estreantes promissores, como Robert Eggers, do surpreendente A bruxa.

Um olhar português

José Geraldo Couto

23.06.16

Um dos grandes cineastas do mundo hoje é o português Miguel Gomes. Com apenas quatro longas-metragens até agora, sua obra é uma das mais criativas e desconcertantes do novo século. Os cinéfilos cariocas têm até o dia 6 de julho a rara oportunidade de ver, em sequência ou na ordem que preferirem, os três “volumes” do monumental As mil e uma noites, de 2015. Cada uma das três partes tem pouco mais de duas horas e compõe-se, por sua vez, de diversos episódios com tênue conexão entre si.

Mundo fora dos eixos

José Geraldo Couto

13.11.15

Se existe um filme impossível de classificar, é o tríptico As mil e uma noites, do português Miguel Gomes, com sua mistura desenvolta e descarada de gêneros, assuntos e estilos. A estrutura do clássico árabe que dá nome ao filme – Xerazade desfiando a cada noite relatos fascinantes para o sultão de modo a adiar sua execução – serve aqui de fio condutor para uma leitura muito pessoal da história recente do mundo, em especial de Portugal.

Mostra de São Paulo: uma jornada pessoal

José Geraldo Couto

26.10.15

El abrazo de la serpiente, Para o outro lado, Memórias secretas, As mil e uma noites e outras indicações pescadas no mar de filmes da 39ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

A lei do mercado

Bernardo Carvalho

15.09.15

O cineasta português Miguel Gomes concebeu As Mil e Uma Noites, dividido em três "volumes", com base em histórias e personagens reais, se apropriando da estrutura narrativa do clássico para contar o presente. Os contos se passam em aldeias e periferias portuguesas, falando de gente que não tem trabalho nem o que comer. É um filme estranho, híbrido, excessivo, irregular, às vezes engraçadíssimo, às vezes triste, às vezes longo demais. Mas é a melhor resposta à crise e aos lugares-comuns disfarçados de bom senso.

Tabu reinventa África colonial

José Geraldo Couto

28.06.13

Mitos aventureiros românticos e ecos do colonialismo se misturam sobre um pano de fundo de uma África "de cinema" em Tabu, do português Miguel Gomes. Já é um dos melhores filmes de 2013 para José Geraldo Couto, "por sua originalidade desconcertante, seu frescor, sua rara combinação de liberdade de imaginação e rigor de linguagem".