José Geraldo Couto

Terra estrangeira

José Geraldo Couto

23.02.18

Os indicados à categoria “Filme em língua estrangeira” do Oscar permanecem mais tempo em cartaz do que o normal em nosso circuito voraz. Pode ser interessante observar em conjunto os dois representantes do leste europeu: o russo Sem amor, de Andrey Zvyagintsev, e o húngaro Corpo e alma, de Ildikó Enyedi. Ambos são dramas urbanos contemporâneos, centrados em afetos esquivos, abortados ou insuficientes entre personagens de classe média, sem grandes carências materiais.

Entre a neve e o fogo

José Geraldo Couto

03.03.17

Premiado com o Oscar de roteiro original, Manchester à beira-mar é um melodrama que, em muitos aspectos, transcende o gênero e ajuda a renová-lo. No atual estágio do cinema hollywoodiano, não é pouca coisa. No filme de Kenneth Lonergan, a tragédia explode em meio à atmosfera melancólica do inverno na praia.

Boyhood não coube no Oscar

José Geraldo Couto

23.02.15

Falou-se muito do inusitado modo de produção de Boyhood, de sua realização ao longo de doze anos, mas falou-se pouco do resultado, da narrativa que vemos na tela. E esta é extraordinária. Por isso é um filme que não cabe no Oscar, festa da repetição do mesmo sob a ocasional maquiagem da “novidade”. Birdman ganhou reinventando, quase sete décadas depois, a roda de Festim diabólico, de Hitchcock.

 

 

Primavera nas telas

José Geraldo Couto

27.09.11

Esta coluna, que estreia e pretende abordar o cinema em suas várias manifestações e desdobramentos, saúda esta primavera brasileira e convoca os leitores a experimentar e discutir seus frutos. Do ponto de vista de quem gosta de cinema, o Oscar é o de menos. Mas a relação de títulos que concorriam à indicação brasileira à estatueta de melhor filme estrangeiro deixou muita gente deprimida, e com razão. Foi, com raras exceções, uma safra desanimadora. A boa notícia é que (...) veio à luz uma leva de boas produções das mais variadas tendências.