José Geraldo Couto

Entre o terror e o luto

José Geraldo Couto

18.05.18

A primeira imagem de O processo é uma tomada aérea da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com a câmera avançando em direção à Praça dos Três Poderes por sobre a cerca que separa apoiadores e opositores do impeachment de Dilma Rousseff. É de um país cindido ao meio que tratará este filme impressionante.

Um filme de mocinho

José Geraldo Couto

15.09.17

Polícia Federal (passemos ao largo da piada do subtítulo: A lei é para todos) é um filme de mocinho. O que caracteriza o filme de mocinho, seja ele faroeste, policial, melodrama ou ficção científica, é uma simplificação extrema dos dados do real, eliminando ambiguidades e nuances para construir um universo dramático em que o bem e o mal estão muito bem delimitados. E a estratégia narrativa consiste em manipular o olhar e as emoções do espectador de modo a induzi-lo a tomar partido e torcer por um dos lados do conflito – o lado do “bem”, evidentemente.

Luto e barbárie

Carla Rodrigues

03.02.17

Somos um país sem tradição de luto público, o que de certa forma ajuda a explicar tanto descaso por determinadas vidas em detrimento de outras. Nada mais apropriado para refletir sobre as reações à morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia da Silva.

O mundo se divide…

Carla Rodrigues

18.05.16

O mundo se divide entre aqueles que acreditam que o mundo se divide em duas partes e os que acreditam que tudo é muito mais complicado do que isso. Esteja de que lado você estiver, é impossível ignorar o problema da representação  na não representatividade do ministério do governo interino. Um regime democrático depende da representação de infinitas singularidades, impossíveis de estar contidas em qualquer estrutura representativa, mas possíveis de não serem totalmente ignoradas como se não existissem.

Memórias para além do cárcere – quatro perguntas para Cid Benjamin

Equipe IMS

06.11.13

Um dos sequestradores do embaixador americano em 1969, jornalista lança livro em que relata as torturas que sofreu, mas passa ao largo de se martirizar por isso e diz que faltou maturidade aos que não aceitaram o arrependimento do médico Amílcar Lobo, que colaborava com os torturadores. Em Gracias a la vida, ele afirma que a luta armada foi um erro político e reflete sobre o que aconteceu com a esquerda brasileira nas últimas décadas, fazendo duras críticas ao PT, partido que ajudou a fundar.