Daniel Pellizzari

Sororidad

Daniel Pellizzari

03.05.18

Por um balaio de motivos, dos práticos aos patológicos, escrevo ficção muito devagar. Essa lentidão acabou transformando o que seria meu novo romance em um livro com três narrativas independentes. A primeira se chama Sororidad e narra as histórias entrecruzadas de uma mulher com disforia de espécie – nasceu humana, mas se identifica como cabra – e de um grupo de argentinas que, ao serem abandonadas nas estradas do Rio Grande do Sul, se unem para criar uma comunidade rural isolada do resto do mundo.

A serra e o pampa

José Geraldo Couto

04.08.17

Entram em cartaz dois bons filmes brasileiros, ambos filmados no Rio Grande do Sul, mas contrastantes em tudo mais. Um deles, O filme da minha vida, de Selton Mello, tem potencial para atingir um grande público. O outro, Rifle, de Davi Pretto, é um projeto comercialmente mais modesto, mas não menos ambicioso na estética e no alcance sociopolítico.

Marrom e amarelo

Paulo Scott

26.04.17

Estou trabalhando neste romance já há três anos (o contrato para o livro com a Alfaguara foi assinado em 2012, quando esta onda mundial de debates em torno do racismo nem sequer estava sugerida no horizonte). O volume do material recolhido é expressivo, na verdade, imenso. O que dizer? Parece um livro sobre racismo no Brasil (e é), mas penso que está mais para uma narrativa sobre modos diversos de vitória, de afirmação vitoriosa.

O “filme europeu” de Jorge Furtado

José Geraldo Couto

07.08.15

Real beleza, novo filme de Jorge Furtado, "se tinge de uma melancolia serena, quase exangue, muito distante da vivacidade travessa da filmografia anterior do cineasta, seja no cinema ou na TV, no documentário ou na ficção. Não deixa de ser um gesto de coragem essa virada, esse abandono da chamada “zona de conforto” de uma obra estabelecida e reconhecida".

Eu curto mais Fernando Pessoa do que Shakespeare

Walmor Chagas

22.01.13

"Eu já tinha aprendido a conviver com a morte, já tinha descoberto a morte antes de Cacilda morrer, já sabia que viver/morrer era a mesma coisa", escreveu Walmor Chagas em 1973, no programa de "Labirinto", um dos espetáculos que fez dedicados à poesia, sua grande paixão. O texto está no acervo de Dora Ferreira da Silva, no IMS, e é reproduzido aqui em homenagem ao ator, morto no último dia 18, aos 82 anos.