Thomaz Farkas (1924-2011)

Fotografia

26.03.11

A abertura da mostra Thomaz Farkas: uma antologia pessoal no IMS-SP, em janeiro deste ano, deu a dimensão da centralidade de Farkas não apenas para a fotografia, mas para a cultura brasileira. O fotógrafo húngaro naturalizado brasileiro, morto nesta sexta aos 86 anos, deixa um legado que não se resume a uma obra fotográfica pioneira. Farkas, como atestam as centenas de amigos e admiradores que compareceram ao IMS-SP para lhe homenagear na exposição, será lembrado também como incentivador das novas gerações e como figura humana exemplar. Desde 2007, mais de 34 mil imagens de sua coleção são guardadas pelo Instituto Moreira Salles.

“É muito importante para o IMS ter a guarda da obra de Farkas. Ele foi um talento extraordinário, descobriu uma fotogenia da cidade de São Paulo, foi capaz de flagrar belezas inesperadas da cidade”, afirma Flávio Pinheiro, superintendente-executivo do IMS. “Era um ser humano extraordinário. Por isso foi tão amado por seus colegas de profissão, como se viu na exposição que o IMS abriu neste ano”.

Para Sergio Burgi, coordenador de fotografia do IMS, Farkas sempre foi um espírito livre, da juventude até o fim da vida: “Ele se abriu para o mundo através da fotografia”, diz. “Sua obra sintetiza duas vertentes da fotografia moderna: a forma abstrata e o olhar humanista. Ele fez a passagem de uma vertente para outra de modo natural”. Burgi lembra um traço do fotógrafo que sintetiza seu modo de encarar a vida: costumava cumprimentar os amigos não com um singelo “oi”, mas com a expressão “viva!”.

Samuel Titan Jr., coordenador executivo do IMS e responsável pela área editorial do Instituto, trabalhou no preparo do catálogo da mostra e lembra-se com nitidez do convívio com o fotógrafo: “Há três ou quatro meses, quando dávamos os toques finais à edição de Uma antologia pessoal, tive o privilégio de conhecer Thomaz Farkas e de vê-lo em ação”. Titan lembra ainda a forma meticulosa como Farkas se dedicou à edição da própria obra. “Diante da tela do computador, ele revisitava fotografias que tinha realizado décadas antes. As palavras e os gestos eram sucintos, certeiros, mas sem nenhum traço de ênfase – bem à feição de seu modo de fotografar. Para mim, foi um privilégio e uma honra”.

Em conversa com o IMS, colegas de profissão também manifestaram pesar pela morte do fotógrafo. Cristiano Mascaro, que desde a juventude tem Farkas como uma referência, frisou a generosidade com que ele se pôs a promover as novas gerações de fotógrafos: “Sinto a perda dele como fotógrafo e como amigo. Sempre com uma generosidade muito grande, ele incentivou os mais jovens. Minha obra deve muito a esse incentivo do Farkas”, lembra Mascaro. “Ele era uma referência como pessoa. Soube viver e celebrar a vida”.

Maureen Bisilliat, cujo acervo também é preservado pelo Instituto, lembra a importância do fato de a sua última mostra ter sido pensada pelo próprio artista: “Antes de ir embora, ele pôde nos mostrar quem realmente foi por meio desta última exposição. Isso é uma bênção.”

 

ÁLBUM DE RETRATOS
As galerias, textos e vídeos abaixo são testemunhos da amplitude da produção de Thomaz Farkas. E também da homenagem prestada a ele pelos amigos e admiradores na noite de vernissage da mostra em cartaz no IMS-SP.

 

 

  

 

Galeria de autorretratos

 


 

Galeria de imagens da mostra Thomaz Farkas: uma antologia pessoal

 


 

Galeria de imagens do vernissage da mostra Thomaz Farkas: uma antologia pessoal
(dia 21/1/11, no Centro Cultural do IMS em São Paulo)

 

http://www.youtube.com/watch?v=PktXlToWDEA

 

trecho do documentário Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba (2007), de Thomaz Farkas e Ricardo Dias

 

 

 

 

 

Cronologia da vida e obra de Thomaz Farkas.
Integra o catálogo da mostra do IMS-SP

 

 

Texto “Livro de olhar”, escrito por João Farkas, filho do fotógrafo.
Integra o catálogo da mostra Thomaz Farkas: uma antologia pessoal

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