Mànya Millen

A ousadia literária de 2016

Mànya Millen

26.12.16

Aviso: esta não é uma lista de melhores livros do ano. Listas costumam ser encaradas com desconfiança, e não sem razão. Este também não é um apanhado (quase sempre chatíssimo) do mercado editorial brasileiro em 2016. Este texto não é igualmente uma lista das perdas de grandes personagens do mundo literário, embora elas tenham sido muitas e sentidas. Estas linhas são para ressaltar que 2016 foi o ano em que a literatura galgou um novo patamar, e a ousadia foi referendada justamente pela mais vetusta e pomposa das instituições: a Academia Sueca.

Vinicius sem filtro

Equipe IMS

17.10.16

Durante boa parte do ano de 1979 o poeta, jornalista, diplomata e compositor Vinicius de Moraes foi filmado pela filha Susana, quase sempre em casa, em momentos de conversa solta e trivial com amigos e filhos, cantando, bebendo, dormindo. Aos poucos ela foi montando um retrato terno e sem artifícios do pai, transformado em Vinicius de Moraes, um rapaz de família, documentário de 30 minutos que só seria finalizado pela diretora em 1983, três anos depois da morte do músico. Na quarta-feira, dia 19/10, às 19h30, o IMS lança, no Rio de Janeiro, o DVD restaurado e masterizado digitalmente, um antigo sonho de Susana Moraes, que iniciou todo o processo em 2014 e morreu em janeiro de 2015, antes de vê-lo pronto.

Ascenso, o bom gigante

Luís Martins

11.07.13

Em crônica de 1965, Luís Martins rende homenagem ao pernambucano Ascenso Ferreira, "curiosa mistura de esperteza, candura, ingenuidade, caipirismo, exibicionismo e vaidade", descrito por Ana Luisa Martins na introdução como o primeiro poeta brasileiro a trabalhar as semelhanças entre poesia e música.

Sem tempo de devaneio

Armando Freitas Filho

25.04.11

Se essa correspondência não fosse pública, eu diria: "rebarbativo Gullar", uma ova! E pronto. Resposta abrupta assim porque a amizade tão profunda e sentida, de mais de 30 anos, que temos um pelo outro sempre permitiu os "contrastes e confrontos", explicitamente declarados e debatidos, sem que isso a afetasse. Mas como escrevemos a céu aberto, ao ar livre como dois BBs no paredão virtual e eletrônico, com gente lendo por cima dos nossos ombros, devo uma declaração a essa galera anônima que bafeja nas nossas nucas: desde os meus 16 anos "pratico" Ferreira Gullar.

Perecíveis e descartáveis

Maria Rita Kehl

20.04.11

Talvez você não queira saber do que te digo: apesar do rebarbativo Gullar ser bem mais velho que você, no meu ranking pessoal você é o mais importante poeta brasileiro vivo. Mas, te dou razão: talvez julgar poesia seja muito mais difícil do que julgar prosa.