Parem, simplesmente parem
Carla Rodrigues
07.03.17
No momento imediatamente anterior à chamada quarta onda, os movimentos feministas ocidentais estavam capturados pela institucionalização ou, dito de uma forma pior, pela adesão aos governos. O retorno às ruas é não apenas a volta à oposição, mas principalmente a retomada da irreverência e do deboche como potente arma política. Com sua plasticidade e irreverência, resgata essa crítica ao capitalismo e às injustiças de gênero nele contidas e acentuadas por um recrudescimento das políticas neoliberais de corte de direitos.
Quem conta a guerra são as mulheres
Carla Rodrigues
26.07.16
Para fazer o luto é preciso falar do luto, o que no caso dos mortos pela polícia, como no caso dos jovens de Costa Barros, implica também denunciar a violência do Estado. Entre os anos 2001 e 2011, o Rio de Janeiro registrou cerca de dez mil mortes em confronto com a polícia fluminense, conforme levantamento da OAB/RJ, muito bem nomeado de “Desaparecidos da democracia”. Sabemos que na Argentina são as Mães da Praça de Maio as mulheres que contam a guerra das ditaduras militares contra seus filhos. Sabemos que no Brasil foram as mulheres que lutaram pela Lei da Anistia, a fim de trazer de volta ao país seus maridos e filhos.
Sobre a plasticidade do machismo na cultura brasileira
Carla Rodrigues
03.11.15
Mulheres de todas as idades, matizes ideológicos, autodeclaradas feministas ou não, mulheres suprapartidárias, magras, gordas, brancas, negras, hetero ou homossexuais estão nas ruas gritando e protestando, marcando uma nova onda do feminismo em um Brasil ainda machista.