Helena Celestino

O silêncio do tam tam de Naná

Helena Celestino

10.03.16

Os tambores estão silenciosos, com a morte do grande Naná Vasconcelos, aos 71 anos. Ele dizia que podia tocar a alma das suas crianças com a percussão. No meio dos anos 70, em Paris, saía cedíssimo para dar aula aos meninos autistas num subúrbio francês bem longe. Em geral, já tinha passado a noite inteira na cave do seu sala e quarto no Halles, sozinho, tocando suas tumbadoras num som ensurdecedor, protegido pelas paredes de pedra das reclamações dos vizinhos.