2016, entre sinistro e sublime
José Geraldo Couto
30.12.16
Num ano de grandes traumas no Brasil e no mundo, o cinema, se não serviu para consertar nada, ao menos nos ajudou a manter aguçados o olhar e a sensibilidade. Atendo-nos aos títulos lançados no circuito comercial, alguns veteranos fundamentais (Bellocchio, Verhoeven, Almodóvar, Clint Eastwood, Woody Allen) marcaram presença, ao lado de estreantes promissores, como Robert Eggers, do surpreendente A bruxa.
Como nascem as bruxas
José Geraldo Couto
11.03.16
A bruxa, de Robert Eggers, é uma estreia impressionante, especialmente pela segurança narrativa do diretor, seu domínio do ritmo e da composição. A fotografia é notável sobretudo nas cenas internas noturnas, com seu magnífico claro-escuro de pintura barroca, que deixa sempre boa parte do quadro num negro profundo, os objetos e seres cambiando sob a luz bruxuleante das velas.
Outros dois lançamentos que merecem destaque são os franceses Astrágalo, de Brigitte Sy, e É o amor, de Paul Vecchiali.