José Geraldo Couto

A transparência do sonho

José Geraldo Couto

08.12.17

Um clássico é uma obra que continua viva ao longo do tempo, e que é recebida de uma maneira diferente a cada geração. É o caso de A bela da tarde (1967), de Luis Buñuel, que volta aos cinemas do país em cópia restaurada meio século depois da estreia. É provável que seu impacto hoje seja bem diferente.

Feminismo radical, justiças históricas e injustiças particulares

Carla Rodrigues

21.11.17

Não me parece coincidência que a corrente das feministas radicais esteja fazendo tanto barulho no Brasil desde 2013, principalmente nas redes sociais. Até então, tínhamos uma tradição de associar movimentos feministas com lutas progressistas por justiça social, em que pese as valiosas críticas do predomínio do feminismo liberal branco entre nós. Hoje enfrentamos uma onda neoconservadora contra a liberdade, fundamentada na articulação entre leis e mercado, num estado securitário e autoritário e no pânico moral muitas vezes mobilizado pelas radfems.

Desafios de pensar sobre as obrigações da maternidade

Carla Rodrigues

18.02.16

Poucas, muito poucas mães admitem – para si mesmas ou para a sociedade – as dificuldades que vivem. E as corajosas o suficiente para fazê-lo são linchadas, como aconteceu com a dona de casa Juliana Reis, cujo perfil no Facebook foi bloqueado depois de afirmar que “detestava ser mãe”.

Sexo, religião e política

Bernardo Carvalho

10.09.14

Nos dias de hoje, a autoridade religiosa tomou a dianteira, com a disseminação dos fundamentalismos e a tentativa de impor seu valor aos descrentes. Os escritos do francês Georges Bataille (1897 - 1962), movidos pela transgressão, buscam um enfrentamento contra a religião, o conservadorismo e o beletrismo.

Fala besteirinha!

Aldir Blanc

22.12.11

Acho que todos temos duas iniciações importantes: o primeiro contato com alguma coisa que internamente reconhecemos como trazendo uma emoção diferente de tudo experimentado até aquele momento. A segunda iniciação é o ato sexual propriamente dito, ou melhor, praticado. Minha primeira, no sentido que descrevi, foi muito precoce, dando inteira razão a Freud sobre a malícia das crianças. Despi, no quarto de brincar que ficava nos fundos da casa-paraíso de Vila Isabel, a filha de uma empregada, mais ou menos da mesma idade que eu, uns 7 anos.