Daniel Galera

Cápsulas do tempo

Daniel Galera

10.02.11

Há evidência científica sólida de que as memórias são alteradas no cérebro cada vez que as evocamos. Não é só que a narrativa mental construída a partir dos registros se altera: os próprios registros se alteram. Cada vez que resolvo pensar naquela noite de ano novo e evoco as poucas peças do quebra-cabeça que sobreviveram à amnésia alcoólica, o desenho das próprias peças muda um pouquinho, quiçá muito. Em certo sentido, recordar é literalmente reviver.

Meu patrício, aí tens o mate!

Daniel Galera

04.02.11

Conti, eu gosto de ficção em prosa e videogames. De narrativas. Pra todo lado que eu olho, vejo apenas semântica e sintaxe em arranjos de interesse inesgotável. Gosto de ondas, de água em geral e de silêncios prolongados. De cães e de seres em estado natural. A ausência de civilização me instiga, embora eu seja dependente da civilização. Sou um verme reacionário e egocêntrico? Às vezes me preocupo um pouco com isso. A pergunta não é jocosa, mas não precisa responder. Um bom amigo às vezes é alguém que propicia sentido ao ato de falar sozinho.

Deus, política e óculos escuros

Daniel Galera

28.01.11

André,

O recado foi dado. Será o bode. Gosto muito de conhecer histórias e reminiscências do teu passado de militante comunista. A política nunca fez parte da minha identidade. Tenho lá minhas convicções, leio noticiário político, penso antes de votar e tudo mais, mas essa coisa de ser de direita ou de esquerda nunca fez sentido pra mim.

É a mesma coisa com Deus.