Sérgio Sant'Anna

Apreciando a literatura argentina

Sérgio Sant'Anna

05.09.11

O Aleph nos leva a Borges, que não poderia estar ausente do livro de Ricardo Piglia. Na narrativa "O último conto de Borges", ele nos diz que o último conto do mestre surgiu de um sonho em que viu um homem sem rosto num quarto de hotel e que lhe oferecia nada menos que a memória de Shakespeare. Afirma ainda Piglia que Borges teve de resolver o dilema: como escrever num espanhol que tenha a precisão do inglês, mas conservando os tons da fala nacional. Tudo isso a propósito da estranheza dos dois grandes estilos produzidos, segundo Piglia, no romance argentino do século 20: o de Macedonio Fernández e o de Roberto Arlt.

É proibido proibir, mas não opinar

José Geraldo Couto

01.09.11

Que fique claro: não estou criticando esta nova situação, nem lamentando nostalgicamente o fim da arte do passado. Para mim, a maior babaquice é suspirar pela "Arte", ou pelo "Belo", escritos assim, com maiúsculas, e vistos como entidades abstratas, a-históricas. Penso que cada obra de arte - ou cada objeto estético, cada artefato expressivo, cada manifestação material do espírito, como quiserem chamar - cria suas próprias regras, sua própria lógica, seus próprios critérios e valores. Se conseguir tocar a sensibilidade e a inteligência de outros, muito bem. Se não conseguir, paciência.