Um filme de mocinho
José Geraldo Couto
15.09.17
Polícia Federal (passemos ao largo da piada do subtítulo: A lei é para todos) é um filme de mocinho. O que caracteriza o filme de mocinho, seja ele faroeste, policial, melodrama ou ficção científica, é uma simplificação extrema dos dados do real, eliminando ambiguidades e nuances para construir um universo dramático em que o bem e o mal estão muito bem delimitados. E a estratégia narrativa consiste em manipular o olhar e as emoções do espectador de modo a induzi-lo a tomar partido e torcer por um dos lados do conflito – o lado do “bem”, evidentemente.
Luto e barbárie
Carla Rodrigues
03.02.17
Somos um país sem tradição de luto público, o que de certa forma ajuda a explicar tanto descaso por determinadas vidas em detrimento de outras. Nada mais apropriado para refletir sobre as reações à morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia da Silva.
O Alemão que perdeu a mão
José Geraldo Couto
21.03.14
"Ao contrário da mitologia maniqueísta propagada incessantemente pela mídia, Alemão não vê a violência nos morros como uma guerra santa entre policiais bons e traficantes malvados", escreve José Geraldo Couto sobre o filme de José Eduardo Belmonte, "mas como uma luta suja, fratricida e sem sentido, em que os dois lados se misturam, se alimentam reciprocamente e não saem do lugar".