José Geraldo Couto
Cena do filme "As boas maneiras"

O horror do Brasil

José Geraldo Couto

27.10.17

As boas maneiras, ganhador do prêmio especial do júri no festival de Locarno, surge como um dos longas mais aguardados da 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Dirigido pelos jovens brasileiros Marco Dutra e Juliana Rojas, o filme atualiza o mito do lobisomem e consegue o prodígio de enfrentar o terror sem perder de vista o amor e o humor. Como dizia Hitchcock, o problema não é o clichê, mas sim partir de uma ideia original e desembocar num clichê. As boas maneiras, assim como os filmes do mestre do suspense, faz justo o contrário: parte do clichê para algo original. José Geraldo Couto comenta esta e outras boas atrações da Mostra.

O corpo e a paisagem

José Geraldo Couto

29.04.16

Exilados do vulcão, de Paula Gaitán, é um “filme de cinema”, para usar a expressão enganosamente tautológica de Rogério Sganzerla, o que significa que não é teatro nem literatura (embora se nutra dessas linguagens), é algo que só existe na tela e para a tela, em que a luz não apenas ilumina a cena, mas a constitui.

O mundo vertiginoso de Kiarostami

José Geraldo Couto

22.04.16

Quando o cineasta iraniano Abbas Kiarostami surgiu aos olhos do mundo com filmes como Onde fica a casa do meu amigo? (1987) e Close-up (1990), houve quem se apressasse em dizer que seu sucesso no circuito dos festivais se devia a uma curiosidade pelo exotismo. O tempo provou que esses críticos estavam errados. Nas décadas que se seguiram Kiarostami construiu uma das filmografias mais sólidas e originais de nossa época.

Mungiu, Kiarostami, cinemas libertários

José Geraldo Couto

29.10.12

A 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo entra em sua reta final, mas ainda há tempo de ver, entre outras preciosidades, dois filmes fundamentais: Além das montanhas, do romeno Cristian Mungiu, e Um alguém apaixonado, do iraniano Abbas Kiarostami.