Bernardo Carvalho

Uma aventura no Xingu

Bernardo Carvalho

05.09.11

O taxista não acreditou. Parou e, reproduzindo o meu gesto a título de ilustração, perguntou (dessa vez, em inglês, porque só um estrangeiro, na sua ignorância, podia ter reagido como reagi) se era aquilo mesmo que eu tinha querido dizer. Ele estava a fim de encrenca. E eu, cada vez mais transtornado, repeti o gesto, disse que ia chamar a polícia e peguei o celular. Fingi que discava o número da polícia, fingi que falava em inglês com a polícia e que dava o endereço de onde estávamos. Tudo bem alto, como um louco, pra ele ouvir. Era como se eu fosse parte de um episódio do Seinfeld.