Camila von Holdefer

O valor do riso

Camila von Holdefer

26.10.17

Nem sempre é fácil empregar o humor como ferramenta da militância feminista. Fazer rir, e rir de si mesma, tomar para si toda a dimensão do riso, é botar as coisas em seus devidos lugares e as mudanças em marcha. Que alguns homens não vejam graça nenhuma nisso não é problema nosso.

Quando tudo desmorona

Camila von Holdefer

10.10.16

"Se você entendeu Elena Ferrante facilmente, você não entendeu nada", afirma Camila von Holdefer em texto sobre Dias de abandono, romance de 2002 da celebrada autora italiana lançado no Brasil neste ano pela Biblioteca Azul, em tradução de Francesca Cricelli. "Vejo em Ferrante alguém brilhante que jogou habilmente o jogo".

Obscuros de estimação

Daniel Pellizzari

03.10.16

Escrever é uma coisa, ser lido é outra. Alguns escritores dão o melhor de si, produzem uma obra consistente, e quase ninguém percebe. Outros autores fazem um sucesso estrondoso enquanto vivem e acabam esquecidos pouco depois de morrer, por motivos muitas vezes insondáveis. Se incluirmos as notas de rodapé e as anotações nas margens das páginas, a história da literatura é formada em sua maior parte por escritores que ninguém lê, ou que ninguém jamais leu, ou que de repente pararam de ser lidos. As manhas e humores da peneira do cânone, esta quimera, escapam a qualquer tentativa de delimitação. E mesmo o conceito de obscuro varia bastante: o desconhecido de um país pode ser a estrela de outro, e há quem fique realmente embasbacado ao saber que o autor X, que ele tanto aprecia, é um perfeito estranho para quase todas as outras pessoas.

Coletores de informação

Camila von Holdefer

14.10.13

"O que Bernardo Carvalho propõe, em último caso: não é preciso assimilar para reproduzir ? de informações a comportamentos", afirma Camila von Holdefer a respeito de Reprodução, novo romance do escritor. "Sequer é preciso ter um propósito definido para reproduzir".