Crime verdadeiro
Alexandre Rodrigues
06.12.17
Houve uma época em que a expressão serial killer não queria dizer nada e não passaria pela cabeça de ninguém criar uma série de tevê sobre assassinos. Em 1995 a abordagem niilista – e noir, gótica, existencial – do filme Seven, de David Fincher, recriou o gênero. 22 anos depois, os assassinatos em série já foram explorados sem limites, inclusive com canais dedicados a exibir reconstituições de crimes reais. Neste cenário saturado, o que ainda restaria a ser contado sobre serial killers? A série Mindhunter, do mesmo David Fincher para a Netflix, tenta uma resposta.
Hugo Cabret e a máquina do mundo
José Geraldo Couto
20.02.12
A ideia da sociedade humana como engrenagem é introduzida logo no início de Hugo, quando a imagem do mecanismo do imenso relógio da estação de trem se funde com a tomada aérea das ruas de Paris, numa deslumbrante sequência de fantasia moderna que faz pensar em Tim Burton. O relógio, o autômato, os brinquedos da loja de Méliès, os trens, a estação, a cidade - tudo é engrenagem. O próprio Hugo fala a certa altura do receio de ser uma peça descartável na máquina do mundo e da esperança de que sua vida tenha um propósito.