Dois olhares sobre as ruínas
José Geraldo Couto
06.01.17
O ano cinematográfico começa bem. Dois filmes de pungente atualidade estão em cartaz nos cinemas brasileiros: O que está por vir, de Mia Hansen-Løve, Urso de Prata de melhor direção em Berlim, e Eu, Daniel Blake, de Ken Loach, Palma de Ouro em Cannes. São bem distintos em termos de temática, ambientação e estilo, mas talvez haja entre eles um ponto comum: a angústia diante dos rumos que a vida está tomando na Europa e no mundo.
As sombras de Isabelle
José Geraldo Couto
18.11.16
Numa semana repleta de boas estreias, a mais importante certamente é Elle, o novo filme de Paul Verhoeven, que não tinha uma obra lançada por aqui desde A espiã, de dez anos atrás. Primeiro trabalho do diretor holandês rodado na França, Elle é baseado no romance Oh..., de Philippe Djian e gira em torno de uma enérgica empresária, Michèle Leblanc, dona de uma produtora de videogames. Melhor seria dizer: gira em torno de Isabelle Huppert, a fantástica atriz que a encarna.
A Mostra e os sonhos de Bellocchio
José Geraldo Couto
21.10.16
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo deste ano, a quadragésima, pode não estar tão recheada de novidades fortes como em anos anteriores, mas começou muito bem. Belos sonhos, novo filme de Marco Bellocchio, não apenas confirma a esplêndida forma que o cineasta italiano reencontrou na maturidade como também amarra várias pontas de sua inquieta filmografia.
Copacabana me engana
José Geraldo Couto
11.10.11
Quem resiste a ver um filme chamado Copacabana e estrelado por Isabelle Huppert? Em todo caso, eu não resisti. O filme de Marc Fitoussi pode ser definido como uma agradável crônica de costumes sobre Babou (Huppert), uma francesa de meia-idade em permanente desajuste com a sociedade capitalista globalizada. A história se passa no norte da França e no balneário de Ostende, na Bélgica. E onde entra a Copacabana do título?