Rio de sangue
José Geraldo Couto
24.11.17
Não devore meu coração, de Felipe Bragança, é um filme desconcertante. Sua originalidade começa na ambientação geográfica e se estende ao roteiro e à construção formal. É faroeste, filme de gangue de moto, romance de formação, fábula política, história de amor, alegoria histórica, tudo misturado. Outro filme belo e estranho, mas numa direção diferente, é o português Colo, de Teresa Villaverde. Os assuntos são deprimentes, mas o frescor e o vigor com que a diretora os plasma em cinema são animadores.
À sombra da montanha García Márquez
Joca Reiners Terron
18.04.14
Para aqueles nascidos com as ditaduras latino-americanas em curso, o escritor colombiano tinha a solidez de um busto e a ubiquidade de uma efígie postal: um clássico em vida, com o acréscimo dos rumores de sua militância política. Com sua morte, enfim minha geração poderá relê-lo sem os prejuízos e preconceitos suscitados por sua presença física de gigante.