José Geraldo Couto

Eu vi um Brasil no cinema

José Geraldo Couto

06.09.18

A filmografia de Joaquim Pedro de Andrade é talvez a ponte mais completa e consequente entre o modernismo literário dos anos 1920 e o cinema moderno. Relativamente pouco numerosa, atualiza de modo crítico e inventivo a investigação sobre a identidade brasileira empreendida pelos modernistas da “fase heroica”, praticando uma antropofagia da antropofagia.

Imagem do filme "A moça do calendário"

O futuro é mulher

José Geraldo Couto

30.10.17

A moça do calendário, de Helena Ignez, é um dos filmes mais vigorosos da Mostra de Cinema de SP. O protagonista é o “mecânico e dublê de dançarino” Inácio. Tudo acontece em torno de suas relações com a mulher, com os colegas de trabalho, com o dono da oficina, com seus “bicos” como ator, com o sonho de encontrar a tentadora “moça do calendário.

Brasília, terra em transe

José Geraldo Couto

23.09.16

O festival de Brasília sempre foi o mais quente do cinema brasileiro, e nesta 49ª edição chega fervendo, tanto pela contundência da seleção de filmes como pelas conturbadas circunstâncias políticas que o cercam por todos os lados. Se Cinema novo, de Eryk Rocha, dá a ver um desejo contagiante de cinema como força de transformação humana e social, a exibição do documentário Mártires, de Vincent Carelli, mostrou alguns limites e paradoxos desse desejo.

A invenção do cinema brasileiro em debate

José Carlos Avellar

04.08.14

A influência do Modernismo no Cinema Novo é o principal tema do debate que o IMS-RJ realizará no sábado, dia 9, às 16h15, com Paulo Antônio Paranaguá, autor do livro A invenção do cinema brasileiro, Modernismo em três tempos, e Eduardo Escorel, diretor de Chico Antônio, o herói com caráter, filme que será exibido às 15h30, antes da conversa.

Réquiem pelo Cinema Novo

José Geraldo Couto

20.04.12

O juízo crítico mais implacável sobre o Cinema Novo que conheço eu ouvi anos atrás de Ivan Cardoso, por sua vez representante da segunda dentição "marginal": "Eram advogados, jornalistas, sociólogos, que se serviam do cinema para fins políticos. Não eram cineastas, não amavam o cinema, mal sabiam segurar uma câmera". Claro que há exagero e rancor na declaração. O Cinema Novo produziu pelo menos um gênio (Glauber) e algumas obras-primas. Mas há uma boa parte de sua filmografia que me parece datada, ancorada num discurso populista, programático, verborrágico, não raro panfletário.