2018 e suas memórias
Carla Rodrigues
16.05.18
Recebi um convite para uma reunião da turma da escola, 40 anos de conclusão do segundo grau. Penso nesses 40 anos quando vejo em torno de mim todas as homenagens aos 50 anos de Maio de 1968, seu espírito revolucionário, suas promessas de futuro que ainda estão aí, ora nos assombrando como fantasmas, ora nos animando a ir às ruas de novo e mais uma vez. Há debates, livros, seminários, e há sobretudo o fato de que, se na França ou na Alemanha 1968 é um marco em direção a um novo futuro, no Brasil é o ano do assassinato, pela polícia, do estudante Edson Luís, da Passeata dos Cem Mil e da decretação do AI-5.
Ficção e reportagem
José Geraldo Couto
11.11.16
Mais do que retratar um “herói ou traidor” (segundo o apelativo subtítulo brasileiro), Snowden, novo filme de Oliver Stone, tem o mérito de expor alguns dos temas cruciais de nossa época: a ruptura das fronteiras entre o privado e o público propiciada pela internet, o uso da tecnologia da informação para o controle social e político, as tensões geopolíticas e as guerras remotas, a promiscuidade entre poder institucional e grandes corporações, a margem estreita para a atuação de uma mídia independente etc.
Nós, os americanos
Carla Rodrigues
21.09.16
Comecei a ver The Americans por indicação de um amigo, e logo me apaixonei pela combinação entre drama psicológico, contexto histórico, suspense e espionagem. Tramas de espionagem sempre me seduziram e sou capaz de suportar inúmeras patriotadas norte-americanas em nome de um bom suspense. Os espiões em The Americans carregam dilemas com os quais também nos confrontamos. Como viver uma vida autêntica, quem eu sou, até que ponto a nacionalidade, a ideologia, o gênero ou mesmo a profissão me define e identifica?
Aos vencedores, as batatas transgênicas
Cristina Lasaitis
20.08.13
"O processo de mumificação da informação viabilizado pela internet possibilita que a existência virtual de cada indivíduo medíocre e ordinário permaneça fossilizada e... vire história - e que essa história possa ser acessada do ponto de vista de cada um", diz Cristina Lasaitis em sua nova carta a Fausto Fawcett. "É o sinal de que todos vamos passar, mas deixaremos nossa arte rupestre cyberpunk gravada, em tintas muito frágeis, nesta pitoresca caverna invisível".