Renato Galeno

O real é o que resta

Renato Galeno

16.10.18

Quando a ficção científica, como a obra de Philip K. Dick, é mais real que o presente: o “processo civilizador” descrito por Norbert Elias – a crescente autocontenção da parte animalesca do ser humano – parece ter esbarrado no muro dos grupos de WhatsApp. A crença em “verdades” não fundamentadas possibilita a normalização da violência.

Futuro do pretérito

José Geraldo Couto

06.10.17

Blade Runner 2049, de Denis Villeneuve. Digo logo que gostei. Não se trata de saber se o filme é “bom” ou “ruim”, avaliações tão instáveis e subjetivas, mas de reconhecer o que ele oferece em termos de entretenimento, espanto e reflexão. E há muito dessas três coisas nele.

Quem é Josenildo?

Ana Maria Gonçalves

26.07.17

Quem é Josenildo? se passa em São Paulo, em 2064, depois que o estado se separa do Brasil e se torna um país independente. É a história de um garoto de 13 anos que simplesmente desaparece, deixando pistas que levam a três linhas de investigação: pode ter se suicidado (seguida pelos colegas), pode ter fugido de casa (seguida pela polícia), e pode ter sido sequestrado (seguida pelos pais). Durante as investigações, vão surgindo personalidades bastante distintas para o Josenildo que cada um achava que conhecia.

Distopia da distopia

Bernardo Carvalho

20.07.16

"É irônico que as ficções científicas fiquem tão datadas, por mais proféticas que sejam. Todo filme de ficção científica está de certa forma condenado a uma representação paroxística do seu tempo, ou seja, a fazer uma estilização do passado que só o espectador do futuro será capaz de ver", diz Bernardo Carvalho. "Fassbinder parecia ter consciência dessa sina e jogar com ela ao conceber um futuro deliberadamente retrô e ultrapassado para caracterizar o mundo virtual criado pela grande corporação em O mundo por um fio. É um mundo povoado por "unidades identitárias", homens e mulheres aos quais não ocorre que sejam meras criações de computador."

Crusoé moderno

José Geraldo Couto

09.10.15

Iluminista e antropocêntrico em sua essência, Perdido em Marte é uma celebração da ciência, de uma crença no poder ilimitado da inteligência humana para domar as forças naturais e colocá-las a seu favor. É, nesse sentido, o exato oposto do 2001 de Kubrick, eivado de dúvidas e angústias sobre a condição e os limites do homo sapiens.

De 2001 a Gravidade, o universo encolheu

José Geraldo Couto

01.11.13

Ainda em meio à maratona da 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, José Geraldo Couto revisita o clássico 2001, de Stanley Kubrick, à luz de Gravidade, de Alfonso Cuarón. "Os personagens de Gravidade estão soltos na ionosfera. Os de 2001 estão sozinhos no infinito, perdidos na eternidade", compara.