José Geraldo Couto

Videogame do dinheiro

José Geraldo Couto

03.06.16

Por algum motivo, ou por todos, a especulação financeira – com os desastres sociais decorrentes – tornou-se tema frequente no cinema atual. Depois de O lobo de Wall Street e A grande aposta, agora é a vez de Jogo do dinheiro, com George Clooney e Julia Roberts. Como diretora, Jodie Foster demonstra grande segurança na orquestração dos diversos pontos de vista e no controle do ritmo. Trabalha dentro da tradição e das regras de gênero, mas atualizando-as e renovando-as com a dinâmica de seu (nosso) tempo. O resultado é um dos grandes filmes americanos do ano até agora.

O cinema, o futebol e as tetas

José Geraldo Couto

15.04.16

Ave, César é talvez a obra mais transparente e programática dos irmãos Coen, porque lhes permite retratar ironicamente as entranhas da indústria cinematográfica e ao mesmo tempo brincar com vários gêneros consagrados por ela. Em O futebol, o diretor Sergio Oksman registra a convivência o pai em São Paulo durante o mês da Copa do Mundo de 2014. Já O signo das tetas traz uma narrativa enigmática, alegórica, marcada por uma iconografia religiosa sincrética, em que se combinam a extrema materialidade dos corpos e da natureza e uma fugidia espiritualidade.

De 2001 a Gravidade, o universo encolheu

José Geraldo Couto

01.11.13

Ainda em meio à maratona da 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, José Geraldo Couto revisita o clássico 2001, de Stanley Kubrick, à luz de Gravidade, de Alfonso Cuarón. "Os personagens de Gravidade estão soltos na ionosfera. Os de 2001 estão sozinhos no infinito, perdidos na eternidade", compara.

George Clooney: política é o fim?

José Geraldo Couto

24.12.11

Para Hollywood, não é de hoje que a política é o fim. Não me refiro aos anos negros do marcarthismo, nem aos astros que viraram políticos de direita, como Ronald Reagan e Arnold Schwarzenegger, mas aos filmes propriamente ditos. No cinema americano, a política é um terreno sujo onde os maus entram para se dar bem e os bons se dão sempre mal, enredados numa teia infernal de compromissos, concessões, meias-verdades, intrigas e traições.