Babenco, homem fora de lugar
José Geraldo Couto
15.07.16
Hector Babenco, morto esta semana, foi um artista marcado, se não pela contradição, ao menos pela ambiguidade. Disso extraiu sua força e sua originalidade. Meio argentino, meio brasileiro, realizou um cinema com um pé no desejo de expressão pessoal e outro na busca de comunicação com um público amplo. Para José Geraldo Couto, talvez o que unifique sua obra seja a impressão de alguém buscando seu lugar num ambiente hostil ou, no mínimo, inóspito.
O reality show de Hector Babenco
José Geraldo Couto
22.10.15
Meu amigo hindu cresce justamente quando se concentra no corpo do protagonista, em seu embate com a vida e a morte. É um pouco como se ali se chegasse ao grau zero da representação, da dramaturgia, da encenação: resta o corpo fibroso, esquelético, fragilizado, em sua luta para continuar vivo.
O olhar infantil
José Geraldo Couto
04.06.12
Assistindo a O que eu mais desejo, do japonês Hirokazu Kore-eda, me dei conta do óbvio: filmar crianças não deve ser nada fácil. Narrar um filme todo sem abandonar o ponto de vista infantil é um tour de force que poucos realizam a contento.