Carla Rodrigues

Maracanazo, as elipses e a morte

Carla Rodrigues

13.01.16

É em torno de elipses e de mortes que o jornalista Arthur Dapieve escreve os cinco contos de Maracanazo, em textos que vão do grotesco ao sofisticado numa velocidade que, à primeira lida, pode espantar. Inspirado por autores ingleses como Ian McEwan e o nipo-britânico Kazuo Ishiguro, Dapieve faz com as elipses aquilo que fazemos na vida: subentendemos a finitude pelo contexto, suprimindo cotidianamente elementos que poderiam tornar a morte uma evidência explícita.

O mundo de Murakami

Kelvin Falcão Klein

18.12.12

Como ler a primeira parte de 1Q84, o novo livro de Haruki Murakami lançado no Brasil? As primeiras páginas já dão o tom que se manterá até o fim: uma narrativa acelerada, cheia de diálogos e de cenas em constante mudança. O livro tem uma estrutura de folhetim, e o evidente objetivo é o de prender a atenção do leitor com as reviravoltas e mirabolâncias da história.

História de uma geração corrompida

Alexandre Rodrigues

13.06.12

Entre lances de maestria estilística e humor inusitado, o diagnóstico de McEwan é que essa geração, uma elite cosmopolita, culta e sofisticada, fundada nos valores universais dos anos 60, se deixou corromper. Seja por pragmatismo ou oportunismo, o fato é que aceitou o jogo do poder. Os dois amigos são complacentes com suas próprias ações, justificadas por "valores superiores", na medida oposta em que se tornam o juiz dos atos um do outro. É por essa rede de relativismos que Amsterdam continua um livro atual.