Poesia para bagunçar a cabeça
Guilherme Freitas
24.01.18
Poeta formado em matemática, cosmopolita radicado num vilarejo chileno, pensador anárquico que repudiava toda ideologia (inclusive o anarquismo), Nicanor Parra causava um misto de espanto e admiração a quem quer que tentasse decifrá-lo. Sua morte no último dia 23, com assombrosos 103 anos, encerra a aventura singular do inventor da “antipoesia”, menos um gênero literário do que uma postura de independência radical perante a literatura e a vida.
Obscuros de estimação
Daniel Pellizzari
03.10.16
Escrever é uma coisa, ser lido é outra. Alguns escritores dão o melhor de si, produzem uma obra consistente, e quase ninguém percebe. Outros autores fazem um sucesso estrondoso enquanto vivem e acabam esquecidos pouco depois de morrer, por motivos muitas vezes insondáveis. Se incluirmos as notas de rodapé e as anotações nas margens das páginas, a história da literatura é formada em sua maior parte por escritores que ninguém lê, ou que ninguém jamais leu, ou que de repente pararam de ser lidos. As manhas e humores da peneira do cânone, esta quimera, escapam a qualquer tentativa de delimitação. E mesmo o conceito de obscuro varia bastante: o desconhecido de um país pode ser a estrela de outro, e há quem fique realmente embasbacado ao saber que o autor X, que ele tanto aprecia, é um perfeito estranho para quase todas as outras pessoas.
A desordem das gerações – quatro perguntas a Alejandro Zambra
Equipe IMS
22.05.12
Poeta e ficcionista nascido em Santiago, Chile, no ano de 1975, Alejandro Zambra é autor do romance Bonsai, recentemente lançado no Brasil pela CosacNaify. Zambra é um dos convidados da FLIP 2012, onde dividirá uma mesa com o catalão Enrique Vila-Matas. O autor chileno respondeu a quatro perguntas do Blog do IMS acerca da literatura latino-americana contemporânea e do romance Bonsai.