Vinicius sem filtro
Equipe IMS
17.10.16
Durante boa parte do ano de 1979 o poeta, jornalista, diplomata e compositor Vinicius de Moraes foi filmado pela filha Susana, quase sempre em casa, em momentos de conversa solta e trivial com amigos e filhos, cantando, bebendo, dormindo. Aos poucos ela foi montando um retrato terno e sem artifícios do pai, transformado em Vinicius de Moraes, um rapaz de família, documentário de 30 minutos que só seria finalizado pela diretora em 1983, três anos depois da morte do músico. Na quarta-feira, dia 19/10, às 19h30, o IMS lança, no Rio de Janeiro, o DVD restaurado e masterizado digitalmente, um antigo sonho de Susana Moraes, que iniciou todo o processo em 2014 e morreu em janeiro de 2015, antes de vê-lo pronto.
‘Sou um poeta e sei disso’
Guilherme Freitas
13.10.16
Nos últimos anos, quando o nome de Bob Dylan era cotado para o Nobel de Literatura, sempre havia quem protestasse contra a possibilidade de o maior prêmio literário do mundo ser concedido a um compositor. Nesta quinta, a Academia Sueca enfim o reconheceu como criador de “novas expressões poéticas dentro da grande tradição da canção americana”, encerrando uma polêmica que, a rigor, nunca fez sentido. Afinal de contas, Dylan foi aceito como poeta desde o início de sua carreira musical por ninguém menos que Allen Ginsberg.
Quando tudo desmorona
Camila von Holdefer
10.10.16
"Se você entendeu Elena Ferrante facilmente, você não entendeu nada", afirma Camila von Holdefer em texto sobre Dias de abandono, romance de 2002 da celebrada autora italiana lançado no Brasil neste ano pela Biblioteca Azul, em tradução de Francesca Cricelli. "Vejo em Ferrante alguém brilhante que jogou habilmente o jogo".
Obscuros de estimação
Daniel Pellizzari
03.10.16
Escrever é uma coisa, ser lido é outra. Alguns escritores dão o melhor de si, produzem uma obra consistente, e quase ninguém percebe. Outros autores fazem um sucesso estrondoso enquanto vivem e acabam esquecidos pouco depois de morrer, por motivos muitas vezes insondáveis. Se incluirmos as notas de rodapé e as anotações nas margens das páginas, a história da literatura é formada em sua maior parte por escritores que ninguém lê, ou que ninguém jamais leu, ou que de repente pararam de ser lidos. As manhas e humores da peneira do cânone, esta quimera, escapam a qualquer tentativa de delimitação. E mesmo o conceito de obscuro varia bastante: o desconhecido de um país pode ser a estrela de outro, e há quem fique realmente embasbacado ao saber que o autor X, que ele tanto aprecia, é um perfeito estranho para quase todas as outras pessoas.
Atados por cartas
Laura Erber
28.09.16
Durante anos, Baudelaire e sua mãe mantiveram intenso contato através de cartas. Boa parte dessa correspondência testemunha a urgência do poeta em vê-la e ao mesmo tempo a impossibilidade de visitá-la. Problemas de saúde, problemas de dinheiro. Se toda carta de amor é ridícula e se toda carta é sempre, em alguma medida, uma carta de amor, o afeto epistolar entre ambos é testemunha de um drama amoroso dos mais fascinantes.
Uma criança grande demais
Bernardo Carvalho
01.09.16
Há relatos sobre Robert Walser, durante sua passagem por Berlim entre 1905 e 1913, que o comparam a uma criança gigante, inconveniente, que conta piadas que ninguém entende e ri fora de hora. O humor e o drama dos textos de Walser vêm dessa inconveniência. Os personagens estão sempre ligeiramente fora do lugar. É ao mesmo tempo engraçadíssimo e inconsolável.
Grande sertão: veredas sessentão
Elvia Bezerra
18.07.16
Grande sertão: veredas, romance de Guimarães Rosa, está completando sessenta anos. Em junho, o Clube de Leitura do IMS leu a obra sob orientação do professor Eduardo Coutinho. Em palestra disponível em áudio integral e apresentada aqui por Elvia Bezerra, coordenadora de internet do IMS, o professor ressalta a tríplice travessia que se percorre no livro.
Leituras no Paço
Equipe IMS
04.07.16
O Centro do Rio na obra dos escritores Machado de Assis e Lima Barreto será o tema de duas palestras organizadas pelo Clube de Leitura do Instituto Moreira Salles-RJ no Paço Imperial, em julho e agosto, em torno da exposição O Paço, a praça e o morro. Marta de Senna falará sobre Machado de Assis e Beatriz Resende sobre Lima Barreto.
Mergulho do IMS na Flip
Equipe IMS
27.06.16
Homenageada pela Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) este ano, a obra da poeta Ana Cristina Cesar também será o principal destaque da casa que o Instituto Moreira Salles vai manter na cidade, pelo sexto ano consecutivo. A programação, que acontece entre quinta-feira, 30 de junho, e domingo, 3 de julho, inclui exposição, montagem de paginário, lançamento de livro e de revistas, além de exibição de um curta-metragem sobre a autora e das conversas com autores pela Batuta na FLIP.
Fotografias faladas
Equipe IMS
21.06.16
Inconfissões – fotobiografia de Ana Cristina Cesar, que será lançada em 30 de junho na Casa do IMS em Paraty, reúne textos breves de velhos amigos e de jovens que seguiram as pegadas literárias da autora homenageada pela Flip em 2016 (de 29 de junho a 3 de julho). Seja pela intimidade com os flagrantes fotográficos ou pela tentativa de invenção do tempo presente nas imagens, cada um legendou uma determinada foto, “a fim de cruzar narrativas à narrativa que ia compondo com as imagens”, explica Eucanaã Ferraz, organizador do livro editado pelo IMS. Reproduzimos aqui duas dessas ‘fotos-legendas’ assinadas por Alice Sant’Anna e Laura Liuzzi, representantes na geração de poetas pós-Ana C.
