José Geraldo Couto

Licantropia sertaneja

José Geraldo Couto

08.06.18

O filme As boas maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra, é uma singular atualização do mito do lobisomem, ou antes uma releitura moderna, no contexto das tensões sociais de hoje. O primeiro acerto dos realizadores é a construção de um mundo à parte, com um pé no real e outro na fábula.

Cena do filme "As boas maneiras"

O horror do Brasil

José Geraldo Couto

27.10.17

As boas maneiras, ganhador do prêmio especial do júri no festival de Locarno, surge como um dos longas mais aguardados da 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Dirigido pelos jovens brasileiros Marco Dutra e Juliana Rojas, o filme atualiza o mito do lobisomem e consegue o prodígio de enfrentar o terror sem perder de vista o amor e o humor. Como dizia Hitchcock, o problema não é o clichê, mas sim partir de uma ideia original e desembocar num clichê. As boas maneiras, assim como os filmes do mestre do suspense, faz justo o contrário: parte do clichê para algo original. José Geraldo Couto comenta esta e outras boas atrações da Mostra.

Festa no cemitério

José Geraldo Couto

25.07.14

Apesar de momentos insólitos, o Festival de Paulínia voltou com toda força. O destaque dos primeiros dias é Sinfonia da necrópole, estreia solo da diretora Juliana Rojas e um passo à frente no trabalho coletivo da produtora paulistana Filmes do Caixote com os gêneros cinematográficos estabelecidos. A história realiza um jogo de contrastes que aproxima o macabro do cômico e do poético.

Quando eu era vivo e o sono da razão

José Geraldo Couto

31.01.14

"Novo, forte, indefinível e belo": José Geraldo Couto apresenta Quando eu era vivo, de Marco Dutra, inspirado no romance A arte de produzir efeito sem causa, de Lourenço Mutarelli. O filme, uma rara combinação entre "cinema de autor" e filme de gênero, trilha "um terreno no limiar entre o psicológico (ou psicótico) e o sobrenatural, entre o "aqui-agora" e o além".