José Geraldo Couto
A pioneira Carmen Santos (1904-1952)

Mulheres do cinema, cinema das mulheres

José Geraldo Couto

19.01.18

Num cinema de história intermitente e espasmódica como o brasileiro, pontuado por surtos, interrupções e fracassos, e ainda por cima marcadamente masculino, várias gerações de mulheres podem ser vistas como pioneiras e desbravadoras. Nesse contexto, poucos eventos poderiam ser tão oportunos como a mostra Mulheres, câmeras e telas, da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, que inclui da pioneiríssima atriz, produtora e diretora Carmen Santos a jovens realizadoras de hoje, como Julia Murat e Juliana Rojas,  passando por Tata Amaral, Eliane Caffé, Laís Bodanzky, Anna Muylaert, Lina Chamie e outras.

Cena do filme "Zama", de Lucrécia Martel

Kafka no chaco

José Geraldo Couto

23.10.17

Um dos filmes mais originais e intrigantes da 41ª Mostra de Cinema de São Paulo é certamente Zama, coprodução multinacional dirigida pela argentina Lucrecia Martel. O filme é ambientado na região pantanosa onde hoje é o Paraguai pouco antes das guerras de independência contra a Espanha. Mais que um “romance histórico”, trata-se de um antiépico, em que toda a agitação, todo o movimento, parece não levar a parte alguma, numa atmosfera estagnada e angustiante.

Ruy Guerra e dois filmes em portunhol – por Eduardo Ades

Equipe IMS

19.08.11

O cinema brasileiro estava apartado do público, procurando reelaborar sua estética e, principalmente, seu diálogo com as plateias. Esse era o caminho trilhado tanto pelos cineastas mais associados ao cinema comercial, como é natural que seja, como por aqueles associados ao cinema de arte. Assim, para citar os exemplos mais conhecidos, foram feitos filmes como O que é isso companheiro? e Central do Brasil, Bossa nova e Baile perfumado. Todos, com exceções muito pontuais (como Julio Bressane), procuravam uma forma mais correta e, especialmente, uma certa eficiência narrativa.