Paulo Scott

Marrom e amarelo

Paulo Scott

26.04.17

Estou trabalhando neste romance já há três anos (o contrato para o livro com a Alfaguara foi assinado em 2012, quando esta onda mundial de debates em torno do racismo nem sequer estava sugerida no horizonte). O volume do material recolhido é expressivo, na verdade, imenso. O que dizer? Parece um livro sobre racismo no Brasil (e é), mas penso que está mais para uma narrativa sobre modos diversos de vitória, de afirmação vitoriosa.

Caixa de música

Paulo Scott

02.01.17

Se boas histórias costumam render boas imagens, belas imagens também podem inspirar, por si só, novas e distintas narrativas. A partir desta ideia estreia hoje no Blog do IMS a seção Primeira vista, que levará ao leitor textos inéditos escritos a partir de fotografias selecionadas no acervo do IMS. A cada mês um escritor será convidado a criar um breve texto de ficção sobre uma foto, da qual não terá informação alguma, nem a identidade do fotógrafo ou a data e lugar em que foi feita.  O gaúcho Paulo Scott é o autor do primeiro texto, a prosa poética Caixa de música, inspirado em uma obra de Otto Stupakoff.

Obscuros de estimação

Daniel Pellizzari

03.10.16

Escrever é uma coisa, ser lido é outra. Alguns escritores dão o melhor de si, produzem uma obra consistente, e quase ninguém percebe. Outros autores fazem um sucesso estrondoso enquanto vivem e acabam esquecidos pouco depois de morrer, por motivos muitas vezes insondáveis. Se incluirmos as notas de rodapé e as anotações nas margens das páginas, a história da literatura é formada em sua maior parte por escritores que ninguém lê, ou que ninguém jamais leu, ou que de repente pararam de ser lidos. As manhas e humores da peneira do cânone, esta quimera, escapam a qualquer tentativa de delimitação. E mesmo o conceito de obscuro varia bastante: o desconhecido de um país pode ser a estrela de outro, e há quem fique realmente embasbacado ao saber que o autor X, que ele tanto aprecia, é um perfeito estranho para quase todas as outras pessoas.

Os livros e autores decisivos de Calcanhotto, Scott e Lila

Equipe IMS

06.07.13

Adriana Calcanhotto contou na Casa do IMS na Flip, na sexta-feira, que ficou marcada por Mario Quintana desde a infância em Porto Alegre; Paulo Scott disse que A náusea, de Sartre, determinou sua opção pela literatura. E a franco-iraniana Lila Azam Zanganeh afirmou que Nabokov "é o grande escritor da felicidade".

Primeiras incursões

Antônio Xerxenesky

28.09.11

Se habitar o rótulo de "jovem escritor" traz uma vantagem, é a seguinte: estou constantemente lendo novos autores. Com alguma frequência abro a caixa de correio e encontro um pacote enviado de algum canto do país: mais um escritor me mandando a sua obra de estreia. Tento ler tudo, mesmo sabendo que é impossível. De qualquer forma, tento. "Se os novos autores não vão ler os novos autores, quem os lerá?", me pergunto, distorcendo aquilo que a Bensimon uma vez disse: "Só os novos autores leem os novos autores".

Que época pra se viver, diz aí

André Conti

15.04.11

Nos últimos dois anos, fui tentando recompor as peças daquele fim de semana, e anotei de cabeça algumas coisas que eu sei que aconteceram: conheci o Scott, tive uma longa conversa com ele, ficamos amigos imediatamente e, mais tarde, tivemos a mesma conversa, nos apresentamos de novo, ficamos amigos, lembramos que já nos conhecíamos; dancei com Joana, Renata, Ivana, Bebel (ela riu de meu samba rock), Juliana e Francisco; eu e você bebemos um balde de uísque; voltamos numa van, umas quinze pessoas em silêncio, ouvindo o funk "Vou cair na sacanagem/ nas casas de massagem".