A guerra no Rio que tem rosto de mulher
Carla Rodrigues
07.03.18
Contrariando o que escreveu a russa Svetlana Aleksiévitch, autora de A guerra não tem rosto de mulher, há no Rio de Janeiro uma guerra muito específica que tem o rosto das mulheres que recorreram ao serviço de saúde em situação de abortamento e acabaram presas. Se por um lado tivemos um governador capaz de afirmar que as mulheres pobres eram “fábrica de marginais”, por outro temos essas mesmas mulheres pobres, já constrangidas pela situação precária em que vivem, sendo denunciadas e presas quando recorrem, em situação de extrema vulnerabilidade física e emocional, à rede pública de saúde.
O estatuto dos favelados cariocas
Carla Rodrigues
19.02.18
O Rio de Janeiro é o cenário perfeito para a construção de um discurso de ordem, aqui entendido como apelo de intervenção e proteção por um Estado forte exatamente onde hoje o governo é mais fraco, para a configuração de um estado de exceção que ganha apoio nas camadas médias como forma de proteção “contra tudo isso que está aí”.
A Rocinha nunca foi só a Rocinha
Carla Rodrigues
26.09.17
Nas muitas camadas que formam a Rocinha, uma chama a atenção: a centralidade atribuída, seja pelos governos, seja pela imprensa, a tudo de bom ou ruim que ali acontece. Do jeep tour que faz da favela um espaço exótico à grande concentração de recursos de ONGs, nada na Rocinha passa desapercebido.
O caso Amarildo e a rotina dos desaparecimentos – quatro perguntas para Fábio Alves Araújo
Equipe IMS
15.08.13
Autor da tese Das consequências da ?arte' macabra de fazer desaparecer corpos, sociólogo fala da prática policial (às vezes em parceria com traficantes) de encobrir homicídios com o apagamento das provas. As investigações acabam a cargo dos parentes das vítimas, como as Mães de Acari. Uma foi assassinada.