A serrote completa três anos. Criada e pilotada até a quinta edição pelo Matinas Suzuki Jr. e desde o número seguinte por mim, a revista tem motivos de sobra para comemorar este aniversário: afinal, são mais de 1.500 páginas publicadas que cultivam o ensaio, gênero popularíssimo no mundo anglo-saxão e, por aqui, associado quase sempre à solenidade acadêmica e à sisudez pespontada por notas de pé de página – que Edmund Wilson chamava, com razão, de arame farpado em volta do texto.
O lançamento do número 7 da revista – terça no Rio e quinta em São Paulo, nos respectivos centros culturais do IMS – comemora aquela tradição e tenta colaborar, modestamente, para que se consolide uma outra. Craque no ensaio pessoal, o que se pode constatar ao folhear o hilário Ioga para quem não está nem aí, o inglês Geoff Dyer dará duas conferencias sobre o gênero. E, a partir desta semana, estão abertas as inscrições para o prêmio de ensaísmo serrote.
Até o dia 30 de julho – e observando as regras que se podem ler aqui e, permanentemente, na home do IMS -, receberemos textos inéditos que, assim esperamos, experimentem com liberdade esta modalidade de não-ficção. Viagem ou literatura, vida pessoal ou política, a matéria-prima do ensaio não é exclusivamente seu tema, mas a possibilidade de reflexão sobre uma experiência concreta ou meramente intelectual. Não é à toa que o Independent assim definiu nosso convidado: “Se Hunter S. Thompson, Roland Barthes, Paul Theroux e Sylvia Plath fossem passar as férias juntos num mesmo corpo, talvez desse em algo parecido com isso”.
Que as boas misturas nacionais apareçam – nas páginas da serrote e, é claro, para além delas.