Antônio Xerxenesky

A covardia veste azul e laranja

Antônio Xerxenesky

17.01.13

Há uma tendência contemporânea no cinema hollywoodiano de usar correção digital de cor para deixar todos os filmes com tonalidades saturadas de azul e laranja. Para Xerxenesky, trata-se de um recurso nefasto, que direciona de forma explícita o olhar do espectador.

O assassino político

Antônio Xerxenesky

09.12.12

Quando um cineasta decide rodar um filme sobre um assassino de aluguel, ele está inscrevendo sua obra, inevitavelmente, num gênero de convenções muito estabelecidas. O homem da máfia, que estreou na sexta-feira passada em São Paulo, busca encontrar um lugar único no gênero de duas formas: pelo estilo e pela inserção de um fortíssimo subtexto político.

A tarefa de escrever sem ingenuidade – quatro perguntas a Lars Iyer

Antônio Xerxenesky

26.11.12

Um dos destaques da revista serrote #12 é o manifesto Nu na banheira, encarando o abismo, no qual Lars Iyer discute o tão alardeado "fim da literatura". Iyer, professor de filosofia na Newcastle University e escritor, cedeu uma entrevista ao Blog do IMS sobre Bolaño, Vila-Matas, metaliteratura e o que significa escrever ficção nos dias de hoje.

Julgar a biografia pelo título

Antônio Xerxenesky

14.09.12

De certa maneira, pode-se, com base no título da biografia, especular sobre o modo que o biógrafo lida com o objeto analisado. Por exemplo: James Joyce, de Richard Ellmann, livro que é considerado por muitos como "a melhor biografia já escrita". Ao batizar o volume apenas com o nome do biografado, Ellmann (ou o editor - nunca se sabe quem deu o título final) sugere que aquele representa o texto definitivo: a vida do indivíduo está condensada naquelas centenas de páginas.

Veneno sensório

Antônio Xerxenesky

06.09.12

A experiência do escritor e jornalista mineiro Paulo Mendes Campos com a droga LSD, também conhecida como ácido lisérgico, tornou-se bastante popular. Foi publicada em livro e se encontra espalhada pela internet. Igualmente interessante é a caderneta onde Campos fez diversas anotações sobre a droga, unindo pesquisa científica com comentários pessoais.

A cinefilia segundo Drummond

Antônio Xerxenesky

27.08.12

Entre os livros da biblioteca de Drummond disponíveis no Acervo do Instituto Moreira Salles, encontra-se o Dictionnaire du cinema universel, de René Jeanne e Charles Ford. Trata-se de um volumoso (mais de 700 páginas com fonte pequena) dicionário de cinema francês de 1970. Não é o único livro do tipo na biblioteca do poeta. O que faz de Dictionnaire du cinema universel uma peça especial na biblioteca é a "participação colaborativa" do poeta com o livro.

Jornalismo aos nove anos

Antônio Xerxenesky

16.08.12

Extra! Espetacular! Brizola chega! É com manchetes sensacionalistas que Ana Cristina Cesar abre o jornal O mundo, que escreveu, editou e encadernou em 1961, quando tinha nove anos. O jornal, que mede míseros 7,4 centímetros de altura por 5,1 cm de largura, é uma das várias curiosidades que se encontram no arquivo da autora no Acervo do Instituto Moreira Salles.

Um animal grotesco

Antônio Xerxenesky

27.06.12

Poucas bandas de pop contemporâneo passaram por tantas mudanças quanto a americana Of Montreal - ou pelo menos do gênero indie pop, um gênero por si só indefinível, pois o conceito de independente está em constante movimento, e Of Montreal é uma das provas desse movimento. O grupo tocou ontem em São Paulo e a performance serve de exemplo das múltiplas máscaras que Kevin Barnes e companhia são capazes de assumir.

O varal de Ian Curtis

Antônio Xerxenesky

19.06.12

Como toda pessoa moderadamente obcecada pela vida de Ian Curtis, o líder da banda Joy Division que cometeu suicídio aos 23 anos após ter lançado dois discos que mudaram para sempre o rumo da música popular ocidental, tenho o hábito de rever o filme Control de tempos em tempos. Apesar de centrar a ação na figura de Ian Curtis, e não na cena efervescente de Manchester, acaba não oferecendo nenhuma solução para o "enigma Curtis".

Sem muito a dizer

Antônio Xerxenesky

01.06.12

Eluvium tocaria em São Paulo como parte do festival NOVA, junto com os espanhóis do Bosques de Mi Mente. Sentado em uma das mesinhas do restaurante a céu aberto, comendo um hambúrguer, vi uma pessoa que representa o típico estereótipo de gringo entrando ao lado de dois sujeitos que carregavam engradados de cerveja. Uma mulher parou o gringo e pediu um autógrafo. Então, quer dizer que aquele americano mirrado de camiseta sem estampa, com a pele vermelhíssima de ter tomado sol demais, era Matthew Cooper, vulgo Eluvium?