O lugar de Luan
Arthur Dapieve
09.05.18
Acho difícil entender a birra de Tite por Luan, o jovem, móvel e objetivo atacante do Grêmio. Todo mundo tem lá suas manias, vai. Se é verdade que o Brasil tem 207 milhões de técnicos de futebol, há 207 milhões de manias latentes às vésperas da convocação da seleção para a Copa da Rússia. A mania que conta, claro, é a do Tite. E, a meu ver, ele está exagerando.
Cabaré clássico
Arthur Dapieve
07.02.17
Arthur Dapieve destaca a música de cabaré, surgida na Alemanha dos anos 1920. O casal Lotte Lenya e Kurt Weill (foto), Marlene Dietrich e Ute Lemper são personagens do programa.
Mundo musical paralelo
Arthur Dapieve
21.12.16
Arthur Dapieve faz um apanhado da recém-concluída série A voz humana, idealizada e apresentada pelo poeta Eucanaã Ferraz na Rádio Batuta, um fascinante recorte do que homens e mulheres podem fazer com o ar e uma laringe.
Uma Aida intimista
Arthur Dapieve
19.11.15
Desde a sua criação, Aida foi marcada pela exigência, na medida do possível em se tratando de uma ópera, de rigor histórico ou, ao menos, arqueológico. A montagem que o IMS-RJ exibe em seu cinema, foge das Aidas grandiosas. O diretor Peter Stein desejou encenar – no Teatro alla Scala, entre 15 de fevereiro e 15 de março deste ano – uma Aida intimista, sob a batuta do veterano Zubin Mehta, craque em Aidas, à frente da orquestra e do coro da casa de Milão.
A guerra para acabar com todas as fantasias
Arthur Dapieve
12.08.14
No ano de 2014, completam-se 100 anos do conflito bélico que ficou conhecido como Primeira Guerra Mundial e que, devido à brutalidade da Segunda Guerra, foi ofuscado na memória coletiva. O texto mostra como o assassinato do arquiduque deu fim a uma ilusão de paz que perdurava na Europa havia décadas, a Belle Époque, e relembra detalhes que tornaram as batalhas desta guerra tão peculiares.
Causos em meio ao caos
Arthur Dapieve
21.10.13
"Difícil entender por que o Brasil age como se se envergonhasse de ter lutado, e do lado certo", questiona Arthur Dapieve ao comentar Mina R, de Roberto de Mello e Souza (irmão de Antonio Candido), uma obra de ficção inspirada nas vivências do autor como cabo da Força Expedicionária Brasileira na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial.
Saudosa cabocla
Arthur Dapieve
19.12.11
No final dos anos 60 para os anos 70, porém, não havia muitos lugares onde um guri curioso pudesse contemplar a inteireza da figura feminina. Eu era viciado em banca de jornal e descobri que havia uma exceção nessa burca social: postais com fotos de índias (...). Nos postais, eu podia contemplar as jovens índias peladonas e ainda afetar um precoce interesse antropológico. Uma tia umbandista achava, tolinha, que o meu interesse pelas fotos do Xingu se devia à existência de um caboclo saudoso de sua maloca dentro de mim. Nem eu nem ela imaginávamos que o que eu queria era estar dentro de uma cabocla.
Labaredas da carne
Arthur Dapieve
12.12.11
Fiquei muito impressionado com a Bárbara Evans, filha da Monique, nas páginas da Playboy. (...)Não sei se você se lembra, mas no falecido site NoMínimo, eu tive durante doze meses uma coluna intitulada "A Playboy do Dapieve". (...) Anunciava qual era a entrevista, destacava uma ou duas matérias e analisava, com extrema frieza técnica, claro, a churrascaria rodízio que, afinal, é o que nos faz comprar a Playboy. A Bárbara Evans quase me fez bancar uma edição extraordinária e temporã daquela coluna. Sinto, contudo, que as palavras me faltariam, e o texto se resumiria a 735 "arf".
Xingar o juiz é o mínimo
Arthur Dapieve
05.12.11
Criou-se, no Brasil, a seguinte ficção: rouba-se em todas as áreas da vida nacional exceto na do futebol. Quer dizer, tem gente que recebe propina em garagem de Brasília, tem gente que manda dinheiro público para conta secreta na Suíça, tem gente que desvia bolsa merenda para comprar bolsa Louis Vuitton, mas, ah, não tem gente que rouba no placar? É preciso tal grau de suspensão da descrença para sustentar um troço desses que o sujeito deveria ser internado por deficiência mental.
Síndrome de aeroporto
Arthur Dapieve
28.11.11
É por essas e por outras que eu te disse: não tenho medo de avião, mas de aeroporto. Não há avião que caía eternamente, mas aeroporto pode ser para sempre. Uma espécie de purgatório cheio de engravatados, lepitópis e peruas emperiquitadas, recendendo a pão de queijo (o lugar, não as peruas). Antigamente, devo confessar, eu achava o clima nos aeroportos sensual e romântico, prenhe de sugestões de sexo subsônico e destinos alternativos. Devo ter visto muito ou Emmanuelle ou Casablanca. Hoje, a impressão é de praticar sexo solitário: sempre me ferro. Daí meu medo de aeroporto.