Boa música em casa nova

Em cartaz

13.03.17

Se alguém perguntar o que move a Rádio Batuta, a resposta pode soar presunçosa, mas é simples: tocar boa música. Significa música feita com inteligência e sem obsessões comerciais. É também como a Batuta procura agir desde que foi criada pelo IMS, em 2010. Esse perfil será reforçado a partir da tarde do dia 15, quando entrará no ar o nosso site reformulado – mas com o mesmo endereço: radiobatuta.com.br.

A rádio passará a ter dois canais 24 horas: um de música brasileira, outro de música clássica. O primeiro, com seleção de repertório feita por mim e pelo jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, terá canções de vários gêneros e épocas somadas a temas instrumentais. Estes se ligam ao DNA do acervo musical do IMS, cujos pilares são Pixinguinha, Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga – além das coleções dos pesquisadores José Ramos Tinhorão e Humberto Franceschi.

O canal clássico tem curadoria do jornalista, crítico e escritor Arthur Dapieve a partir da coleção do jornalista Flávio Pinheiro, superintendente do IMS. Para poder ser ouvida mesmo durante o trabalho, a programação prioriza peças solo e de câmara, também de várias épocas. Concertos, sinfonias e óperas terão seus horários nos fins de semana, a ser divulgados em breve.

A nova página estreia com dois programas. “Casa do Choro” apresentará, mensalmente, um painel da produção contemporânea do mais tradicional gênero instrumental brasileiro. É uma parceria com a Casa do Choro, instituto e centro cultural inaugurado em 2015, no Rio de Janeiro, e logo alçado a referência nacional. O cantor e pesquisador Pedro Paulo Malta e o violonista e arranjador Paulo Aragão são os responsáveis pelo programa.

O outro é uma joia que dura cerca de três minutos. “Ouve essa” pinçará, toda semana, composições brilhantes e curiosas do acervo do IMS. Começa com um samba de Gordurinha interpretado por Jorge Veiga e passeará por orquestras, conjuntos, cantores, bossas e fossas.

No dia 24, às 18h, estreará “Playlist do Zuza”, programa semanal de um dos maiores conhecedores da música popular brasileira: Zuza Homem de Mello. Ele, campeão de audiência em São Paulo por muitos anos na Jovem Pan, desfilará durante uma hora músicas – mais as recentes do que as antigas – extraídas de sua extensa coleção de discos. As gravações são realizadas nos estúdios da Rádio USP (93.7 FM), com quem a Batuta inicia uma parceria azeitada pela afinidade entre as programações.

Nosso relacionamento com a Rádio MEC FM do Rio de Janeiro (99.3) não apenas continua, como se amplia. Aos sábados, às 20h, a emissora prosseguirá com a veiculação de duas produções da Batuta: “Prelúdios”, programa mensal com Arthur Dapieve; e “A Volta ao Jazz em 80 Mundos”, com Reinaldo Figueiredo, um humorista (ex-Casseta & Planeta) cada vez mais atuante como contrabaixista e conhecedor de jazz.

Chico Buarque, Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Maria Bethânia e Ernesto Nazareth

A música popular internacional também terá vez. Estão previstos para o primeiro semestre um especial por ocasião do centenário de Ella Fitzgerald, por Zuza Homem de Mello, e um documentário sobre George Gershwin, concebido e apresentado pelo jornalista João Máximo. Entre outras séries das quais a Batuta muito se orgulha, Máximo esmiuçou vidas e obras de Cole Porter e Frank Sinatra.

Na faixa brasileira, às 22h de segunda-feira, a Casa do Choro se revezará na MEC FM com produções especiais e reapresentações como a dos 13 capítulos de “Pixinguinha na Pauta”. Ao longo de 2016 o compositor e arranjador teve detalhados vários aspectos de sua obra, um rico trabalho que pede mais e mais audições, ainda mais em 2017, quando se completam 120 anos de seu nascimento.

Outros programas permanecem, caso do “Música é História”, transmitido aos domingos (às 14h50) na rede nacional da CBN e, em versão integral, na Batuta. Quinzenalmente, há a “Crônica do Joaquim”, relatos saborosos de Joaquim Ferreira dos Santos, cronista consagrado. No “Estúdio Batuta” estão as entrevistas feitas no espaço da Batuta, na sede carioca do IMS, normalmente seguidas de números musicais. “Ontem e Sempre” reúne versões diferentes de determinadas composições. Nossas playlists, chamadas de “Seleções”, aparecem a qualquer momento, sempre que um tema se impuser.

E não se apagará a tradição dos documentários, que marcou a Batuta nas gestões mais do que bem-sucedidas de Francisco Bosco e Paulo da Costa e Silva. Sempre disponíveis no site, são completas as séries dedicadas a Noel Rosa, João Gilberto, Jorge Ben Jor e Luiz Gonzaga – além da série de 32 capítulos sobre Vinicius de Moraes feita por João Máximo para a Rádio Cultura de São Paulo, em 1993, e reproduzida quando do centenário do poeta, em 2013.

Programas que não estão sendo mais atualizados, mas nunca perdem o interesse, ficarão na seção Arquivo. Alguns deles são “A Voz Humana” (com Eucanaã Ferraz), “Intérpretes” (com Zélia Duncan) e “Instrumental Brasileiro” (com Ricardo Silveira).

Por fim, mas não menos importantes, são as atrações em que a Batuta explicita o desejo de ter conteúdo inteligente e variado em sua grade. “Literatura em Voz Alta”, produzido em conjunto com a coordenadoria de Literatura do IMS, apresenta leituras de poemas, obras em prosa e palestras. E “Rádio Pensamento” concentra podcasts com reflexões sobre temas ligados às artes, aos ensaios, à filosofia e às ciências sociais. A coluna semanal de Guilherme Wisnik na Rádio USP fará parte da seção.

E, no segundo semestre, a Batuta estará presente no cotidiano da sede que o IMS está acabando de construir na Avenida Paulista, em São Paulo. Em novo espaço, novos programas virão.

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