Tiago Ferro

Temporal sobre o Nobel

Tiago Ferro

22.05.18

Não haverá entrega do Prêmio Nobel de Literatura em 2018. Esse vazio permite uma pausa para estranharmos alguns aspectos da sociedade contemporânea. Em 2016 Bob Dylan seria agraciado com o Nobel de Literatura, e aqui tento avaliar algumas questões formais dessa escolha e como ela tensiona o campo literário.

Boa música em casa nova

Luiz Fernando Vianna

13.03.17

Se alguém perguntar o que move a Rádio Batuta, a resposta pode soar presunçosa, mas é simples: tocar boa música. Significa música feita com inteligência e sem obsessões comerciais. É também como a Batuta procura agir desde que foi criada pelo IMS, em 2010. Esse perfil será reforçado a partir da tarde do dia 15, quando entrará no ar o nosso site reformulado – mas com o mesmo endereço: radiobatuta.com.br.

Mundo musical paralelo

Arthur Dapieve

21.12.16

Arthur Dapieve faz um apanhado da recém-concluída série A voz humana, idealizada e apresentada pelo poeta Eucanaã Ferraz na Rádio Batuta, um fascinante recorte do que homens e mulheres podem fazer com o ar e uma laringe.

Leonard Cohen em estado de graça

Guilherme Freitas

11.11.16

Antes de se tornar o celebrado cantor de voz grave e rascante,  o canadense Leonard Cohen, morto esta semana aos 82 anos, foi um jovem escritor festejado pela crítica e ignorado pelo público. Sem dinheiro, aprendeu a tocar violão para tentar se sustentar e lançou seu primeiro disco, Songs of Leonard Cohen, em dezembro de 1967. Nesse momento de transição em sua carreira, Cohen foi retratado pelo fotógrafo Otto Stupakoff para a revista americana Harper’s Bazaar.

‘Sou um poeta e sei disso’

Guilherme Freitas

13.10.16

Nos últimos anos, quando o nome de Bob Dylan era cotado para o Nobel de Literatura, sempre havia quem protestasse contra a possibilidade de o maior prêmio literário do mundo ser concedido a um compositor. Nesta quinta, a Academia Sueca enfim o reconheceu como criador de “novas expressões poéticas dentro da grande tradição da canção americana”, encerrando uma polêmica que, a rigor, nunca fez sentido. Afinal de contas, Dylan foi aceito como poeta desde o início de sua carreira musical por ninguém menos que Allen Ginsberg.

Antes e depois de João

Luiz Fernando Vianna

09.06.16

Talvez mais do que qualquer outro na música brasileira, João Gilberto é um intérprete-autor. Praticamente todas as canções que grava passam a soar como suas criações. Para saudar os 85 anos que ele completa nesta sexta, 10 de junho, a Batuta – web rádio do IMS – reuniu dez registros de várias épocas (1959 a 2004). E pôs, ao lado, gravações feitas anteriormente por outros artistas. Não se trata de maniqueísmo, pois alguns dos artistas foram influências fundamentais para João, como os conjuntos vocais e, sobretudo, Orlando Silva. Mas a comparação permite que se perceba como o baiano altera harmonia, canto, ritmo... Ou seja, "o som", como ele diz.

O silêncio do tam tam de Naná

Helena Celestino

10.03.16

Os tambores estão silenciosos, com a morte do grande Naná Vasconcelos, aos 71 anos. Ele dizia que podia tocar a alma das suas crianças com a percussão. No meio dos anos 70, em Paris, saía cedíssimo para dar aula aos meninos autistas num subúrbio francês bem longe. Em geral, já tinha passado a noite inteira na cave do seu sala e quarto no Halles, sozinho, tocando suas tumbadoras num som ensurdecedor, protegido pelas paredes de pedra das reclamações dos vizinhos.

Você nunca ouviu Demetrio Stratos?

Eucanaã Ferraz

29.02.16

O programa A voz humana desta terça-feira (1º de março) será dedicado a uma única voz – uma voz única –, a de Demetrio Stratos. Nós ouviremos uma experiência vocal impressionante. Em sua prática vocal, Stratos faz ver os limites do pensamento que compreende a voz como veículo unicamente da linguagem verbal e consequente constituição de hábitos auditivos insensíveis à realização de uma “voz-música”.

O trem de Patti Smith

Paulo Roberto Pires

09.11.15

M Train, o novo livro de Patti Smith, pode frustrar quem espera uma continuação de Só garotos. Aqui as memórias são de uma mulher madura, impregnada de literatura e solidão para enfrentar a melancólica sucessão de perdas que faz parte de toda vida. Patti escreve, assim, a autobiografia de todo mundo.

Inezita Barroso canta o Brasil

Lúcio Rangel

09.03.15

O crítico musical Lúcio Rangel, então o mais importante do país, apontou num texto de 1959 as qualidades de Inezita Barroso, que ainda se firmava na carreira. Ele incluiu o artigo em seu livro Sambistas e chorões, que o IMS relançou em 2014. Para reverenciar a grande cantora e divulgadora da cultura popular brasileira, morta neste 8 de março, o Blog publica o texto.