Um adeus a Tunga
Laura Erber
07.06.16
Tunga (1952-2016) foi um artista do Antropoceno muito antes que tal discussão viesse à tona no campo das artes. A predileção pelo cobre, com sua enorme potência de significação, os dentes e os cabelos, partes de nós que testemunharão nossa morte e nossa reconversão mineral, para sermos devolvidos ao mundo antropoceno que criamos. Perdê-lo nos deixa confusos. Ficaremos aqui meio tontos, meio perdidos entre vestígios visionários e reverberações da sua curiosidade barroca, reunidos diante dessa matéria vital gerada por fantasia tão generosa.
Por trás do ombro de Millôr
Equipe IMS
11.04.16
Para o curador/organizador Paulo Roberto Pires, no livro Millôr: obra gráfica, a ser lançado no dia 13 de abril e já em pré-venda na Loja do IMS, "você vê o artista em movimento, como se estivesse por trás de seu ombro no estúdio". É uma visão de conjunto sobre uma obra que, de forma fragmentada, fez e faz parte da vida dos brasileiros.
Vem aí em 2016
Equipe IMS
26.01.16
O ano de 2016 reserva ótimas surpresas para os frequentadores dos centros culturais do IMS. Conheça algumas das exposições que entrarão em cartaz nos próximos meses em cada cidade. Entre os destaques, Modernidades fotográficas, no Rio de Janeiro, e Do arquivo de um correspondente estrangeiro. Fotografias de Luciano Carneiro em São Paulo.
Cimento, papel e cinza
Laura Erber
19.05.15
Ao perdermos Ivens Machado, perdemos também esse precioso e cada vez mais raro modo de “ver com olhos livres” que provinha de uma relação vital com a potência das formas e com a beleza do informe. Dessa relação advinha sua arte, que em vários momentos lembra, no misto de rudeza e graça, certas manifestações pré-históricas. Dito de modo mais vulgar, Ivens “tinha olho”. Parece pouca coisa, mas é algo que infelizmente falta a grande parte de nossos jovens artistas e críticos.
Verdadeira, só a arte concreta
Heloisa Espada
29.01.15
A coordenadora de artes visuais do IMS apresenta o livro Geraldo de Barros e a fotografia, que acompanha a exposição homônima, em cartaz no IMS-RJ. Ela destaca que, para o artista, a imagem fotográfica não era uma representação objetiva da realidade, mas um material passível de ser manipulado de diferentes maneiras.
Os artistas vão salvar o mundo…
Laura Erber
15.01.15
Durante dois anos, fui artista em residência no Centro Le Fresnoy, na França, e morei em Roubaix, cidade que se tornou exportadora de jovens jihadistas. À postura virulenta e enfant terrible do Charlie Hebdo se contrapõe o ideal de que os artistas vão salvar o mundo. Muitas vezes servimos como boi de piranha em projetos de remodelagem de áreas urbanas. Assim, a pobreza pode ser vista, consumida ou experimentada numa espécie de parque temático artístico-antropológico.
Precisamos falar sobre imagens
Laura Erber
15.12.14
A cena de um grupo de jovens de costas para quadro de Rembrandt viralizou recentemente. Compartilhá-la significava compartilhar também a ideia de que certo mundo perceptivo teria chegado ao fim. Mas a foto mostra que a pintura sempre retorna para assombrar a imagem digital. E é emblemática de um problema atual: como chegar a fazer com que uma imagem seja realmente vista em meio à algazarra do que é visível hoje?
Arte sem arte: a nova obra de Marina Abramovic
João Perassolo
17.11.14
Segue até dezembro na galeria Sean Kelly, em Nova York, o mais recente trabalho da artista sérvia Marina Abramovic. Generator parece ser uma contradição em termos: uma "arte sem arte", uma instalação sem objetos, um site specific que deixa intacto o local de sua realização.
Megaexposições, adesão e figuração
Tiago Mesquita
28.10.14
Nas duas maiores exposições em cartaz em São Paulo neste segundo semestre (a 31ª Bienal, em cartaz até 7 de dezembro, e a Feito por brasileiros, no Hospital Matarazzo, já encerrada), a arte parece anêmica. Boa parte das obras adota a linguagem dos slogans, atuando como ventríloquos de causas justas. A intenção é boa, mas o resultado é pouco menos do que constrangedor.
As experiências de Geraldo de Barros
Heloisa Espada
16.10.14
A partir de 18 de outubro, o IMS-RJ apresenta a exposição Geraldo de Barros e a fotografia. Além de abordar as séries Fotoformas e Sobras, inclui também pinturas realizadas nos anos 1960 e 1970 sobre fotos publicitárias de anúncios. As três fases deixam claro que, para o artista, a imagem fotográfica não era uma representação objetiva da realidade, mas um material passível de ser manipulado de diferentes maneiras.