Séries

Hora de descalçar as chuteiras

José Geraldo Couto

14.07.14

Esta Copa mostrou que o Brasil foi rebaixado para uma espécie de segunda divisão do futebol mundial. E tivemos algumas lições. Está na hora de a pátria se enxergar como uma república e descalçar as chuteiras do nacionalismo e do ufanismo. E nunca ficou tão claro o quanto boa parte da nossa imprensa esportiva, sobretudo a televisiva e radiofônica, trata seu público de modo paternalista e infantilizador. 

Catástrofe pedagógica

José Geraldo Couto

09.07.14

Enquanto a Alemanha apostou no planejamento e na preparação intensiva, o Brasil apostou no pensamento mágico, na manipulação dos sentimentos mais primários dos torcedores. Até quando vai durar essa crença de que a mera camisa amarela mete medo no adversário, de que entrar em campo com a mão no ombro do companheiro da frente, como uma fileira de prisioneiros, e gritar o hino com lágrimas nos olhos faz o time jogar melhor?

Anatomia do choro

José Geraldo Couto

05.07.14

De repente, mais do que diante de um astro milionário do futebol mundial ou de um frequentador das páginas da revista Caras, nos vimos diante de um menino que teve quebrado seu melhor e único brinquedo, de um jovem que se viu espoliado de seu grande momento de brilhar e encantar o planeta. É como se projetássemos no choro de Neymar todas as injustiças, todos os sonhos frustrados, os projetos abortados, a vida que poderia ter sido e que não foi.

O gosto amargo da vitória

José Geraldo Couto

29.06.14

Há vitórias, como esta sobre o Chile, que deixam um sabor amargo, um travo de dúvida sobre nossos méritos e possibilidades reais. Diante da escassez de engenho e arte mostrada no Mineirão, os mais velhos devem ter-se perguntado: “Como foi que nosso futebol chegou a um ponto tão baixo?”.

As surpresas da caixinha

José Geraldo Couto

24.06.14

Esta Copa está conseguindo um equilíbrio entre o previsto e o inesperado. É isto o que faz do futebol um teatro vivo, cuja trama se escreve a cada ato, destaca José Geraldo Couto. Quanto ao Brasil, pode muito bem ser campeão. É um dos favoritos, como aliás tem sido há mais de meio século. Mas dificilmente encantará o mundo, a não ser em um ou outro lampejo de Neymar.

Do “lá fora” ao “aqui dentro”

José Geraldo Couto

18.06.14

A abertura da Europa Ocidental aos atletas imigrantes, naturalizados ou oriundos de ex-colônias, como Balotelli (foto), resultou em equipes multiétnicas e bagunçou os estereótipos que contrapunham a “força europeia” ao “talento sul-americano ou africano”, escreve José Geraldo Couto. A convivência entre quem é "de fora" e quem está "dentro" também tem sido rica para os brasileiros na Copa, como mostrou a aceitação da invasão de torcedores de Gana a um shopping de Natal. Só a polícia continua despreparada.

No país das fraturas expostas

José Geraldo Couto

13.06.14

Como explicar a um estrangeiro que a presidente do país, vaiada e insultada no estádio, é a mesma que lidera por larga margem as pesquisas de intenção de voto? Como justificar tanta polícia para reprimir tão poucos manifestantes? São perguntas que José Geraldo Couto faz na estreia de sua série sobre a Copa. Ele mostra que, nas competições anteriores, o desempenho da seleção não ajudou ou prejudicou governos. Mas que erros da arbitragem como o do japonês no jogo contra a Croácia alimentarão a pitoresca teoria da conspiração da “Copa comprada”. 

Perambular é um prodígio

Maureen Bisilliat

05.11.13

Enviada pela Editora Abril à China em 1982, Maureen Bisilliat conseguiu algo muito raro: andar livre pelo país, sem os controles dos guias oficiais. Uma funcionária do Ministério de Relações Estrangeiras lhe disse em inglês: "Você doida demais, eu ajudo". Em texto, foto e vídeo, ela recorda a viagem e, também valendo-se dos trabalhos de outros artistas, compara a China de então com a atual.

O Xingu no Nepal

Maureen Bisilliat

01.10.13

Maureen Bisilliat expôs em 2012, no Nepal, fotos do Xingu, uma de suas séries mais famosas. Fez, com Fábio Knoll (e edição de Felipe Lafé), imagens da exposição e um documentário ambientado no Nepal, do qual mostramos o trailer.

A João Guimarães Rosa

Maureen Bisilliat

24.09.13

A fotógrafa Maureen Bisilliat voltou neste ano a Andrequicé, cidade mineira que conhecera em 1966, quando, fascinada pela obra de Guimarães Rosa, começou a desbravar os gerais que eram cenário das narrativas do escritor. Fez, com Felipe Lafé e Fábio Knoll, um vídeo com fotos suas no Museu do Manuelzão. Além de apresentar o vídeo, ela lembra aqui sua primeira incursão ao sertão mineiro.