Mulheres do cinema, cinema das mulheres
José Geraldo Couto
19.01.18
Num cinema de história intermitente e espasmódica como o brasileiro, pontuado por surtos, interrupções e fracassos, e ainda por cima marcadamente masculino, várias gerações de mulheres podem ser vistas como pioneiras e desbravadoras. Nesse contexto, poucos eventos poderiam ser tão oportunos como a mostra Mulheres, câmeras e telas, da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, que inclui da pioneiríssima atriz, produtora e diretora Carmen Santos a jovens realizadoras de hoje, como Julia Murat e Juliana Rojas, passando por Tata Amaral, Eliane Caffé, Laís Bodanzky, Anna Muylaert, Lina Chamie e outras.
2016, entre sinistro e sublime
José Geraldo Couto
30.12.16
Num ano de grandes traumas no Brasil e no mundo, o cinema, se não serviu para consertar nada, ao menos nos ajudou a manter aguçados o olhar e a sensibilidade. Atendo-nos aos títulos lançados no circuito comercial, alguns veteranos fundamentais (Bellocchio, Verhoeven, Almodóvar, Clint Eastwood, Woody Allen) marcaram presença, ao lado de estreantes promissores, como Robert Eggers, do surpreendente A bruxa.
Tudo sobre sua mãe
José Geraldo Couto
22.07.16
O tema da maternidade, que de uma forma ou de outra atravessa toda a filmografia de Anna Muylaert, ganha centralidade em seus dois longas-metragens mais recentes. Se no filme anterior, Que horas ela volta? (2015), o ângulo de abordagem iluminava a estrutura social de dominação e suas transformações, em Mãe só há uma o foco é a identidade de gênero e orientação sexual. Trata-se ainda de uma opressão, mas de outra ordem.
Que horas ela volta?, a arquitetura como drama
José Geraldo Couto
28.08.15
Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, tem tudo para se tornar um marco no cinema brasileiro contemporâneo, como foram, em outros contextos, Central do Brasil e Cidade de Deus. Encara com originalidade e coragem um momento de transformações sociais mais ou menos profundas, mais ou menos traumáticas – e, por favor, não estamos falando aqui de disputas partidárias ou programas imediatos de governo ou de oposição.
Chamada a cobrar e as fraturas de um país
José Geraldo Couto
21.06.13
José Geraldo Couto comenta Chamada a cobrar, de Anna Muylaert, um filme em que "a protagonista é forçada por vias tortas a sair do casulo de conforto e boa consciência (é uma mulher civilizada e cortês, preocupada com os pobres e o meio ambiente) e se deslocar horizontal e verticalmente por um país repleto de mazelas".