José Geraldo Couto

O que não se pode ver

José Geraldo Couto

31.08.18

Ferrugem e As herdeiras: dois filmes de primeira linha, um brasileiro e o outro paraguaio. Um é habitado por adolescentes, o outro por idosas, mas no fundo ambas tratam da solidão e da dificuldade de entendimento num mundo cada vez mais inóspito, sobretudo nas pontas mais vulneráveis da vida humana, a juventude e a velhice.

Uma magia modesta

José Geraldo Couto

24.08.18

Contra vento e maré, quatro novos filmes – dois de ficção e dois documentários – comprovam a vitalidade e a pluralidade do cinema brasileiro atual.  De quebra, chega às livrarias uma obra fundamental com mais de mil páginas.

Dos seres imaginários

José Geraldo Couto

17.08.18

Há filmes que vemos “de fora”, como se fossem ilustrações de histórias que poderiam ser narradas verbalmente. E há filmes que se apresentam como objetos a ser apreendidos mais pelos sentidos do que propriamente pelo intelecto. Uma experiência sensorial desse tipo, próxima da imersão, é oferecida por Unicórnio, segundo longa-metragem do carioca Eduardo Nunes.

O monstro escolhe o vinho

José Geraldo Couto

10.08.18

O animal cordial tem sido classificado como slasher movie, ou seja, um filme de violência explícita, sangue em profusão, corpos esquartejados. A qualificação é correta, grosso modo, mas não dá conta da força e do alcance do surpreendente longa-metragem de estreia de Gabriela Amaral Almeida.

O trabalho do tempo

José Geraldo Couto

27.07.18

Em dois belos momentos para o cinema nacional, a ficção Alguma coisa assim, de Mariana Bastos e Esmir Filho, e o documentário Vinte anos, de Alice de Andrade, costuram com engenhosidade as voltas que o tempo dá.

As mulheres abrem caminho

José Geraldo Couto

06.07.18

Sobretudo nos últimos anos, uma forte reação feminina tem diminuído o predomínio esmagador de realizadores homens, e um sinal animador disso é o FIM – Festival Internacional de Mulheres no Cinema. Cachorros, uma das estreias mais interessantes da semana, também é dirigida por uma mulher, a chilena Marcela Said.

Escravidão sem fim

José Geraldo Couto

29.06.18

Dois filmes em cartaz, um de ficção (O nó do diabo) e um documentário (Auto de resistência), investigam com brio e vigor a infâmia histórica da escravidão no Brasil e seu legado de segregação e violência nos dias de hoje. São obras complementares, entre as quais se percebe uma incômoda continuidade.

Dois filmes, dois cinemas

José Geraldo Couto

22.06.18

Dois novos filmes, duas “escolas” contrastantes. Ambos falam de tensões e fraturas sociais no Brasil, mas enquanto Tungstênio, de Heitor Dhalia, parte da forma para encontrar seu objeto, Canastra suja, de Caio Sóh, faz o contrário.

Licantropia sertaneja

José Geraldo Couto

08.06.18

O filme As boas maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra, é uma singular atualização do mito do lobisomem, ou antes uma releitura moderna, no contexto das tensões sociais de hoje. O primeiro acerto dos realizadores é a construção de um mundo à parte, com um pé no real e outro na fábula.

Entre o terror e o luto

José Geraldo Couto

18.05.18

A primeira imagem de O processo é uma tomada aérea da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com a câmera avançando em direção à Praça dos Três Poderes por sobre a cerca que separa apoiadores e opositores do impeachment de Dilma Rousseff. É de um país cindido ao meio que tratará este filme impressionante.