José Geraldo Couto

Cuidado: frágil

José Geraldo Couto

30.11.18

Diante de um massacre como o de Utøya, na Noruega, em que 77 jovens foram mortos em 2011 por um atirador ensandecido, o cinema tem várias opções. Utøya 22 de julho: terrorismo na Noruega, de Erik Poppe, escolhe ver a tragédia como que pelas bordas, de modo oblíquo.

Matteo Garrone

Renascimento italiano

José Geraldo Couto

03.08.18

O cinema italiano já foi o melhor do mundo. Nas décadas de 1960 e 70, a Itália produzia filmes de primeira linha nos mais variados gêneros. Depois disso, devido a inúmeros fatores, veio um prolongado declínio, mas nos últimos anos notam-se alguns sinais de recuperação, e o cinema italiano volta a ser, no mínimo, relevante. E um panorama do estado atual desse ainda modesto renascimento é a mostra “8 ½ Festa do Cinema Italiano”, com onze longas-metragens recentes.

A matéria e o espírito

José Geraldo Couto

30.05.18

O italiano Roberto Rossellini (1906-77) é uma figura central da história do cinema, sob qualquer ponto de vista. Sem ele não haveria neorrealismo, nem Nouvelle Vague, nem Cinema Novo.

Infância selvagem

José Geraldo Couto

04.05.18

O que impede Ciganos da Ciambra de ser apenas um vívido registro naturalista de uma comunidade pobre é a dimensão moral, trágica, que adquire a trajetória de Pio. É, em essência, um romance de formação, ou antes de deformação. O filme de Jonas Carpignano é uma volta às origens do cinema italiano, a mostrar que este não se diluiu no sentimentalismo de um Tornatore nem na afetação de um Sorrentino.

A crista da onda negra

José Geraldo Couto

02.03.18

Pantera negra é o primeiro (e possivelmente o último) filme de super-herói a ser comentado nesta coluna. A razão da discutível honra é simples: o filme de Ryan Coogler é desde já um marco na história de Hollywood e do cinema de entretenimento. Sobra também um espaço pequeno para falar de um artista imenso, Luchino Visconti.

Os sonhos geométricos de Antonioni

José Geraldo Couto

20.04.17

Quando se fala em modos de apreensão do espaço-tempo diferentes daquele do cinema narrativo clássico, herdeiro do romance realista do século XIX, um nome que sempre vem à tona é o de Michelangelo Antonioni, um dos expoentes do cinema moderno. A boa notícia é que o Centro Cultural Banco do Brasil apresenta a partir do próximo dia 26 em São Paulo e no Rio uma retrospectiva completa da obra do diretor italiano. No mês que vem a mostra chega também a Brasília.

Tonacci, cinema dos grandes

José Geraldo Couto

23.12.16

Hoje é preciso falar de Andrea Tonacci (1944-2016), o imenso cineasta que acaba de nos deixar. Num ano de graves perdas para o cinema brasileiro, esta foi uma das mais cruéis, pois Tonacci vivia uma fase de grande energia e criatividade, com vários projetos em mente ou em andamento. Muito querido por seus amigos, colegas e colaboradores (melhor seria dizer que todos os seus colegas e colaboradores tornavam-se instantaneamente seus amigos), o cineasta viu crescer nas últimas décadas uma legião de jovens admiradores, estimulados por seu trabalho, suas ideias e seu afeto.

Como mergulhar em Blow-up

José Geraldo Couto

09.12.16

Há duas maneiras, não necessariamente excludentes, de ver Blow-up (1966), a obra-prima de Michelangelo Antonioni que volta em cópia restaurada aos cinemas brasileiros no ano em que completa meio século de idade. A primeira abordagem atentaria para aquilo que, no filme, serve como retrato de sua época. Visto assim, seria apenas um documento histórico, uma encantadora peça de museu. Mas há um modo mais produtivo de mergulhar nesse filme imenso e buscar as razões de sua persistente vitalidade.

Mamma Roma: seis notas

José Carlos Avellar

29.10.15

Seis notas soltas para aumentar a vontade de ver Mamma Roma (1962), segundo longa-metragem de Pier Paolo Pasolini, em cartaz no cinema do IMS do Rio de Janeiro até 11 de novembro. Nas palavras do diretor: “Campo e contracampo. Nenhum plano-sequência, poucas panorâmicas”.

Esquecer para lembrar – por José Carlos Avellar

José Carlos Avellar

06.09.13

José Carlos Avellar apresenta A árvore dos tamancos (1978), do italiano Ermanno Olmi, "diretor que procura esquecer tudo o que sabe para reaprender a ver o mundo a partir do gesto do dia a dia das pessoas comuns". O filme é uma das três atrações do especial Ermanno Olmi, em cartaz no IMS-RJ neste domingo, 8 de setembro.