José Geraldo Couto

Heleno, touro domado

José Geraldo Couto

06.04.12

Muito já se falou sobre a proximidade entre Heleno e Touro indomável (1980), a obra-prima de Martin Scorsese em torno do boxeador Jake LaMotta. De fato, a referência é incontornável: ambos tratam de atletas impetuosos e autodestrutivos; baseiam sua força dramática na entrega e na transformação corporal de seus atores protagonistas (Rodrigo Santoro e Robert De Niro); subvertem a cronologia, alternando momentos diferentes da trajetória do herói; lançam mão de recursos estilísticos semelhantes, como a câmera lenta, os supercloses, o uso da ópera na trilha sonora e, claro, a fotografia estilizada em preto e branco.

Primavera nas telas

José Geraldo Couto

27.09.11

Esta coluna, que estreia e pretende abordar o cinema em suas várias manifestações e desdobramentos, saúda esta primavera brasileira e convoca os leitores a experimentar e discutir seus frutos. Do ponto de vista de quem gosta de cinema, o Oscar é o de menos. Mas a relação de títulos que concorriam à indicação brasileira à estatueta de melhor filme estrangeiro deixou muita gente deprimida, e com razão. Foi, com raras exceções, uma safra desanimadora. A boa notícia é que (...) veio à luz uma leva de boas produções das mais variadas tendências.

Ainda os boleiros e outros tópicos

Sérgio Sant'Anna

22.08.11

Você, com certeza, sabe que o apelido de Heleno era Gilda, por causa da personagem do cinema interpretada por Rita Hayworth, bela, boêmia e temperamental, assim como foi Heleno, só que no masculino. Chegou aos meus ouvidos que uma vez o Heleno, jogando pelo Botafogo contra o Fluminense, em Laranjeiras, depois de ouvir em coro a torcida tricolor gritando "Gilda, Gilda", fez um gesto obsceno para a social do Fluminense. A polícia teve de fazer o possível e o impossível para evitar uma invasão de campo, coisa aliás comum naquela época.

Luxo para todos

José Geraldo Couto

19.08.11

Devo confessar, porém, que vou pouco ao teatro. Não chego a ser da turma do "Vá ao teatro, mas não me convide", mas quase sempre acabo optando pelo cinema na hora de sair de casa. No cinema, se o filme for aborrecido, a gente pode cochilar ou sair no meio sem criar constrangimento. No teatro, somos frequentemente acometidos pela "vergonha alheia", quando não pelo ímpeto de subir ao palco e esganar certos atores, ou pedir a cabeça do diretor.