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A morte e a morte da esperança equilibrista
Carla Rodrigues
07.10.15
Há uma compreensão política de que o fim das grandes lideranças carismáticas acontece no mesmo momento que em se encerram também as possibilidades das grandes narrativas. Nesse aspecto, Betinho é ao mesmo tempo o último líder carismático e o primeiro a perceber e propor, revestida de campanha contra a fome, uma participação popular direta que eliminava intermediários e representantes.
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Da fenêtre vê-se o Redentor
Paulo Roberto Pires
04.09.13
Maxixe, samba, marchinha e até chanson, no espírito do cabaré 100% brasileiro: Paulo Roberto Pires apresenta o conceito do show Da fenêtre vê-se o Redentor, com Cida Moreira.
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Em matéria de monstro
Aldir Blanc
24.11.11
Antes da esculhambação que darei num (in)certo poder de nossa pátria amada, ficaram faltando dois causos envolvendo aviões: na década de 70, em plena ditadura, João Bosco e eu passávamos pela vistoria de bagagem no aeroporto de Manaus, Zona Franca em todos os sentidos. Eu havia comprado uma pequena filmadora. Durante a revista, apareceu um sujeito grandalhão, de terno, com bigodes de Zapata, e mostrou a carteira de policial: - João Bosco e Aldir Blanc? Amigo, não sei o que o João sentiu. Para mim, foi igual ao momento gelado na coluna quando foi aplicada a morfina, antes de minha cirurgia de fêmur.
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A comédia humana suburbana
Francisco Bosco
04.10.11
Como se sabe, após a repressão às utopias políticas dos anos 1960, em meio à tortura e ao exílio, a saída existencial para muitos, nos anos 1970, foi o "desbunde", a contracultura, as experimentações sexuais, comportamentais e com estados alterados da consciência. Galos de briga está distante de tudo isso, da estética hippie e contracultural, mas também das canções de protesto esteticamente ingênuas (sua maior proximidade, a meu ver, é com a obra de Chico Buarque dos mesmos anos). Em suas canções, o que se ouve é clamor político revolucionário e ternura pelo jeitinho suburbano, que é o outro lado da moeda da jeunesse dorée da bossa nova.