O IMS-RJ realiza no dia 10 de setembro, às 20h, o show Da fenêtre vê-se o redentor: a MPB com sotaque francês na voz de Cida Moreira. No palco, além de Cida Moreira (voz e piano), apresentam-se os músicos Omar Campos (violão/guitarra) e Izaias Amorim (baixo/violão). A concepção é de Paulo Roberto Pires. Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Cida Moreira (Crédito: Edson Kumasaka)
Quando a França descobriu o Brasil, havia aqui temidos tupinambás que, segundo Montaigne, além de não usarem calças, dançavam na beira do mar de um “país infinito”.
Quando o Brasil descobriu a França, por lá desfilavam às margens do Sena elegantes homens e mulheres, finamente vestidos e, diz-se, despidos.
O clichê do brasileiro por lá durou uns bons quatro séculos. O dos franceses por aqui acabou em maxixe fajuto, samba, marchinha e até em chanson afrancesada. Modernistas antes e depois do modernismo, os compositores descendentes de canibais fizeram da “francesinha” uma musa ambígua, flanando, brejeira e gaiata, entre Paris e o Leme.
É essa França cantada de tantas formas pelo Brasil que Cida Moreira traz ao palco do Instituto Moreira Salles no dia 10 de setembro. Pois, mais do que a excepcional cantora que é, a atriz Cida Moreira mergulhou em cada canção no espírito do gênero que ela mesma inventou: o cabaré 100% brasileiro.
Assentada em Assis Valente e Los Hermanos, Nássara & Wilson Batista, João Bosco & Aldir Blanc está a Paris cantada: exaltada, debochada, zoada e terna. Nada que MadammeCidá Morreirrá não possa explicar melhor que moi.