José Geraldo Couto

Nosso mundo movediço

José Geraldo Couto

23.03.18

Entre os cineastas mais fortes e originais da atualidade está a argentina Lucrecia Martel, ainda que sua obra se resuma por enquanto a apenas quatro longas-metragens. Mais do que propriamente um estilo, o que unifica esses quatro filmes tão diferentes entre si é antes um método: um modo oblíquo e fragmentado de encarar os seres e as ações, como quem os colhe em pleno andamento e ainda busca os nexos que lhes deem sentido.

O futuro nada previsível de Julio Cortázar

Antônio Xerxenesky

26.08.14

Este 26 de agosto é o centenário de Julio Cortázar. Enquanto o autor argentino é festejado internacionalmente, o seu status de "grande escritor" deixou de ser uma unanimidade há anos, especialmente na Argentina. Especular como Cortázar será lembrado futuramente, no entanto, pode não passar de um exercício de imaginação.

Ricardo Piglia: falsificações em cadeia

Joca Reiners Terron

21.08.12

Ricardo Piglia vem pavimentando a recepção crítica da própria obra ficcional desde o início de sua carreira. Em que momento, porém, sua produção como crítico literário suplantou o interesse despertado por seus relatos? Ou melhor: terá havido um instante em que ambas vertentes, a crítica e a puramente ficcional, confluíram para um único leito narrativo, e em consequência produzir contos e romances ou aquilo que se espera de textos assim denominados tornou-se incoerente?

Desarticulações – Regina Braga lê Sylvia Molloy

Equipe IMS

23.11.11

Este vídeo foi gravado no Centro Cultural do Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro, no lançamento da nona edição da revista serrote (9/11/2011). Aqui, Regina Braga faz a leitura do ensaio "Desarticulações", da argentina Sylvia Molloy. O mesmo texto foi lido pela atriz no lançamento da revista em São Paulo.

A Borges o que é de Borges

José Geraldo Couto

08.09.11

A prática continuada de determinado ofício, o exercício de determinado meio de expressão, dá ao artista um olhar privilegiado, uma sensibilidade aguçada para os trabalhos de seus pares. (...) E essas visões de artistas por outros artistas são muitas vezes idiossincráticas, passionais, desequilibradas. Nem sempre podem ser tomadas como parâmetro crítico. Um exemplo (...): Bioy Casares, o grande parceiro e amigo de Borges, não gostava da literatura do Macedonio Fernández. Assim como Bergman não gostava do cinema de Orson Welles, Buñuel não gostava de Rossellini, e Godard não gosta de Kubrick.