Carla Rodrigues

Estas águas, este país

Carla Rodrigues

07.09.16

Não há lugar melhor do que o MAC para uma exposição sobre as águas da Guanabara, suas vidas e suas mortes. Localizado diante da entrada da baía, entre as duas fortalezas que a protegeram nos séculos XVI e XVII – Santa Cruz, do lado de Niterói, e São João, do lado carioca –, é parte do cenário da baía assim como a baía faz parte do museu, com suas janelas envidraçadas exibindo toda exuberância do que se pode chamar de ponto fundador não apenas do Estado do Rio de Janeiro, mas do Brasil como Estado-nação, suas vidas, suas mortes.

Rio 2016: o dia seguinte

Francesco Perrotta-Bosch

22.08.16

Chegamos ao dia seguinte. E o Rio perde o sentido de existência que o moveu pelos últimos seis anos e meio. A análise histórica, de tão repetida, já se banalizou: desde que a cidade passou a ser uma ex-capital da República, foram décadas titubeando em longos períodos de decadência, até o belo 2 de outubro de 2009 quando nós, incrédulos cariocas, vimos que aconteceria o até então improvável – sediaríamos as Olimpíadas. E sediamos.

Ferrez em gigapixel

Equipe IMS

04.08.16

Os registros do Rio de Janeiro feitos por Marc Ferrez no século XIX e no início do XX constituem um impressionante documento sobre a cidade. Em breve será possível descobrir novos detalhes em cada imagem e fazer uma viagem no tempo e na história graças a uma parceria entre o Instituto Cultural do Google e o IMS, guardião do acervo do fotógrafo.

Quem conta a guerra são as mulheres

Carla Rodrigues

26.07.16

Para fazer o luto é preciso falar do luto, o que no caso dos mortos pela polícia, como no caso dos jovens de Costa Barros, implica também denunciar a violência do Estado. Entre os anos 2001 e 2011, o Rio de Janeiro registrou cerca de dez mil mortes em confronto com a polícia fluminense, conforme levantamento da OAB/RJ, muito bem nomeado de “Desaparecidos da democracia”. Sabemos que na Argentina são as Mães da Praça de Maio as mulheres que contam a guerra das ditaduras militares contra seus filhos. Sabemos que no Brasil foram as mulheres que lutaram pela Lei da Anistia, a fim de trazer de volta ao país seus maridos e filhos.

Nada é simples

Carla Rodrigues

13.07.16

Carla Rodrigues, sobre o Rio de Janeiro: "Basta olhar para a vizinha São Paulo para perceber o quão longe estamos da categoria metrópole. Temos os problemas urbanos de metrópole, é verdade, mas estamos muito longe de ter esboço de soluções. Aqui, historicamente a categoria cidade se sobrepõe à restritiva – cultural e socialmente – categoria Zona Sul, um pequeno e disputado pedaço de terra onde a concentração de bens e serviços faz supor que somos mais um balneário do que de fato uma metrópole."

As crianças invisíveis

José Geraldo Couto

10.06.16

Campo Grande, de Sandra Kogut, rompe com nossa indiferença passiva diante das crianças pobres ao trazer para diante dos nossos olhos dois desses pequenos seres, os irmãos Ygor (Ygor Manoel), de uns oito anos, e Rayane (Rayane do Amaral), de uns seis. Eles aparecem de surpresa no apartamento de Regina (Carla Ribas), uma mulher de classe média e meia-idade, que não sabe quem são e nem o que fazer com eles. Se Sandra Kogut já demonstrara, em Mutum (2007), uma grande competência para dirigir crianças, aqui esse talento se mostra prodigioso: raras vezes se viu na tela um desempenho tão crível e pungente como o de Ygor e Rayane.

Firme no Leme

Equipe IMS

06.06.16

Que se cuide o Carlos Drummond de Andrade sentadinho naquele banco quase na outra ponta de Copacabana. Em pose parecida com a do poeta – de pernas cruzadas e de costas para o mar – Clarice Lispector também ganhou réplica em bronze acomodada na mureta do Leme. E logo nos primeiros 20 dias integrada à paisagem, a primeira estátua de artista mulher no Rio, se não chegou a superar, deve ter igualado o recorde de Drummond em número de selfies com passantes.

Rio real e imaginário

Equipe IMS

30.05.16

O Rio de Janeiro é a estrela de imagináRio, um projeto da Rice University, no Texas (EUA): um atlas interativo que apresenta a evolução da cidade ao longo de toda a sua história, de 1500 a 2016. Representações do espaço urbano por artistas e arquitetos, mapas históricos e uma rica iconografia reunida a partir de diversas fontes trabalham juntos para mostrar em detalhes como a capital fluminense se tornou uma das cidades mais complexas do planeta.

Dia D estátua

Equipe IMS

27.10.15

Inaugurada às vésperas do centenário do poeta, em outubro de 2002, a estátua de Drummond na av. Atlântica, no Rio de Janeiro, foi criada por Leo Santana a partir de um retrato do fotógrafo Rogério Reis. Os flagrantes do carinho especial de cariocas e turistas com o Drummond de bronze já superam em muito os constantes atos de vandalismo.

Anri Sala no Rio

Equipe IMS

04.09.15

Nesta semana o artista albanês Anri Sala, que terá uma exposição no Instituto Moreira Salles em 2016, esteve no Rio de Janeiro. Conhecido mundialmente pelo trabalho com múltiplas mídias, o artista ministrou um workshop, fez visitas técnicas e participou de um debate.